Durante o congresso, o professor Higor Morais representou as pesquisadoras Ingrid Barbalho e Gabriela Albuquerque na cerimônia, recebendo o prêmio em nome delas.
Jordana Vieira – Assessoria de Comunicação do LAIS/UFRN
As pesquisadoras do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN), Ingrid Marina Pierre Barbalho e Gabriela de Araújo Albuquerque, foram premiadas, na categoria de “Melhor Publicação Científica em Telessaúde e Saúde Digital”, no XII Congresso Brasileiro de Telessaúde e saúde digital, promovido pela Associação Brasileira de Teemedicina e Telessaúde (ABTMS), no Rio de Janeiro/RJ, nos dias 16 e 17 de outubro de 2025.
A publicação premiada da pesquisadora, Ingrid Barbalho, apresenta o desenvolvimento de uma solução de Saúde Digital voltada para a Vigilância Epidemiológica da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) no Brasil. Composta por duas plataformas (o Registro Nacional de ELA e o Observatório Nacional de ELA), a iniciativa permite a coleta, o monitoramento e a análise de dados clínicos e epidemiológicos de pacientes em todo o país. A proposta visa suprir a escassez de informações sobre a doença no Brasil, fortalecendo a pesquisa, o cuidado e as políticas públicas voltadas à ELA no Sistema Único de Saúde (SUS).
Sobre essa premiação, Barbalho ressaltou a importância da conquista para a continuidade de seu trabalho, “primeiramente, gostaria de externar minha felicidade por ter participado e conquistado esse prêmio; ele representa, para mim, uma conquista significativa que começou a ser construída durante o meu doutorado e que, mesmo após sua conclusão, continua gerando frutos; como pesquisadora, é muito gratificante ver que o projeto que deu origem à minha tese não se encerrou ali, e que ainda há um caminho pela frente; o reconhecimento da relevância e da viabilidade do trabalho é fundamental para a continuidade e o fortalecimento do projeto”, afirmou.
O prêmio também representa uma conquista para a saúde pública do Brasil e para a área acadêmica. “Reconhecimentos, como esse, têm o potencial de impulsionar a continuidade de pesquisas e estimular o desenvolvimento de novas tecnologias que possam não apenas minimizar, mas também solucionar problemas persistentes na área; para mim, esse prêmio representa um avanço tanto para o fortalecimento de políticas públicas de saúde, quanto para o progresso acadêmico na área de inovação tecnológica”, ressalta a pesquisadora.
No que diz respeito ao estudo premiado, da pesquisadora Gabriela Albuquerque, ele foi desenvolvido sobre o dispositivo Osseus, criado em 2014 para a triagem de osteoporose. A ideia não é substituir a densitometria óssea, mas sim tornar a triagem de osteoporose mais acessível à população, já que se trata de um equipamento de baixo custo, que não utiliza radiação e é pouco invasivo. Outra vantagem do Osseus, é que qualquer pessoa consegue manusear rapidamente, o que possibilita sua aplicação na atenção básica.
Para a pesquisadora, a premiação representa o reconhecimento de um trabalho construído ao longo de anos de pesquisa e de docência. “É muito gratificante, eu ter recebido essa premiação, porque é um resultado desses anos de pesquisa na área; eu também leciono nas áreas de Engenharia Biomédica, de Saúde Digital e equipamentos biomédicos; então, poder ver o resultado sendo materializado na forma de um prêmio é muito interessante e gratificante”, ressalta.
Na visão de Albuquerque, seu estudo impacta positivamente na sociedade e no acesso à saúde pública, visto que é um dispositivo que traz agilidade para o processo de mapeamento e diagnóstico da osteoporose, e consequentemente reduz as filas de espera para a densitometria óssea. “É extremamente satisfatório saber que a pesquisa está se materializando em forma de produto para a sociedade e permitindo que a população tenha acesso a um exame que muitas vezes a fila demora, então pacientes que estão aguardando por seis meses, ou até um ano para fazer o exame, podem passar por uma triagem com um dispositivo que foi desenvolvido, e caso verifique essa baixa densidade ele vai ser encaminhado para fazer o exame na alta complexidade”, aponta.
Para o diretor executivo do LAIS/UFRN, Ricardo Valentim, que orientou as duas teses de doutorado que deram origem aos trabalhos premiados, “esse é o resultado de anos de dedicação a pesquisa, ao desenvolvimento e a inovação em saúde, mais do que isso, é a capacidade de conectar a ciência as necessidades da sociedade e do cidadão. Esse resultado mostra que as pesquisas desenvolvidas no LAIS/UFRN produzem impactos sociais em todo o nosso país, são frutos de duas teses de doutorado produzidas no SUS”.
Mulheres na ciência
O pódio da premiação da categoria “Melhor Publicação Científica em Telessaúde e Saúde Digital” foi composto exclusivamente por mulheres, retratando a força e protagonismo feminino nas áreas de ciência, tecnologia e inovação, que vem ganhando cada vez mais espaço na pesquisa científica brasileira.
Para a pesquisadora Ingrid Barbalho, esse reconhecimento pode inspirar outras pesquisadoras a continuarem acreditando na importância e no poder transformador da ciência. “Me sinto muito feliz, orgulhosa do meu trabalho e também muito esperançosa; esse prêmio representa o reconhecimento de um esforço coletivo e dedicado, e também mostra que a ciência também é feita por mulheres (em qualquer área de pesquisa); eu não fui a única mulher envolvida nessa publicação, e isso torna essa conquista ainda mais significativa; isso me dá esperança de que estamos, pouco a pouco, construindo um cenário mais justo e imparcial no que diz respeito a inserção das mulheres no meio científico”, enfatiza.
Gabriela Albuquerque compartilha da mesma visão e ressalta a importância do avanço do reconhecimento feminino na área da pesquisa científica. “Enquanto mulher e pesquisadora, fiquei bastante feliz de ter ganhado esse prêmio. Nessa categoria foram três mulheres que receberam a premiação; então, é muito emocionante saber que nós estamos sendo reconhecidas e ganhando mais espaço nessa área de pesquisa em referência às publicações que nós viemos desenvolvendo”, finaliza.
Sobre o CBTMS 2025
O XII Congresso Brasileiro de Telessaúde e saúde digital (CBTMS) é uma promoção da Associação Brasileira de Telemedicina e Telessaúde (ABTMS). Aconteceu nos dias 16 e 17 de outubro de 2025, no campus da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), na capital fluminense.
O tema norteador do Congresso neste ano foi “Educação para transformação digital na saúde”, e teve como objetivo reunir acadêmicos, empresários e representantes dos governos municipal, estadual e federal visando o fortalecimento das boas práticas na Telessaúde, em prol de um Sistema Único de Saúde (SUS) cada vez mais Digital.