Por Gabriel Mascena, Jordana Vieira e Maria Clara Pimentel – ASCOM/LAIS

Ao passo que os sintomas da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) avançam, o paciente com ELA perde a capacidade de se comunicar de maneira independente, o que traz a necessidade de intervenções que facilitem o processo de diálogo com outras pessoas. Com o objetivo de reforçar a comunicação autônoma de pessoas com ELA, nasce o software “Autonomus”, que integra o projeto “revELA”’, ambos desenvolvidos por pesquisadores do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN). A importância do software é tanta que um trabalho sobre o tema conquistou uma premiação no XXXIII Congresso de Iniciação Científica e Tecnológica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (eCICT/UFRN).

Com o título “Avaliação da viabilidade do software Autonomus na comunicação de pessoas com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)”, o trabalho apresentado trouxe um vídeo informativo sobre a ELA e iniciativas como o Autonomus e o revELA na vida dos pacientes. A pesquisa foi produzida por Kelly Evangelista, estudante de Fisioterapia pela UFRN, com orientação de Raquel Lindquist, pesquisadora do LAIS, e pela doutoranda Ledycnarf Holanda, também da Universidade. Durante o congresso, o vídeo foi premiado na categoria de “Inovação”.

Para participar do congresso, Kelly precisou produzir, mesmo com pouca experiência na área, um material audiovisual para divulgar a pesquisa que havia feito e seus resultados. Para ela, a experiência de receber o prêmio é uma motivação. “Ganhar o prêmio é um estímulo para continuar me dedicando à ciência e às tecnologias”, destaca a estudante. 

De acordo com a estudante, o primeiro passo para desenvolver a ideia do seu vídeo foi pensar em como transmitir a informação do trabalho de forma didática e de fácil compreensão. “Pensei em fazer referência ao cientista Stephen Hawking, por ser um exemplo de pessoa com ELA que desenvolveu uma ferramenta que adaptava sua própria comunicação, em paralelo com o que hoje o LAIS desenvolve”, explica ela.

Para a professora Raquel Lindquist, a premiação de uma plataforma inovadora como o Autonomus, desenvolvida por alunos de graduação e de pós-graduação em um laboratório voltado à inovação em saúde, é o reconhecimento do trabalho feito por esses pesquisadores. “Reflete nossa dedicação e empenho para desenvolvermos tecnologias que tragam benefícios reais para as pessoas com deficiência,” enfatiza a pesquisadora.

Para além dos benefícios ao paciente, o software reduz o impacto econômico no tratamento oferecido aos pacientes com ELA no Brasil. Raquel ainda destaca que os projetos desenvolvidos no LAIS são pensados a partir da análise de carências sociais e do desejo de melhorar e transformar vidas. “O Autonomus é um software que facilita a comunicação de pessoas com ELA, disponibilizado gratuitamente, e que pode ser utilizado por pessoas vulneráveis socialmente,” conclui a professora.

Para assistir o vídeo premiado no Congresso, acesse o link a seguir: https://www.instagram.com/reel/CkHLilOO0I2/?ingrid=YumMy MTA2 M2Y=