Por Anderson de Almeida/ Assessoria de Comunicação do LAIS/UFRN

O diretor executivo do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LAIS/UFRN), Ricardo Valentim, e pesquisadores do Laboratório estiveram reunidos nesta segunda-feira (17), na Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS), em Brasília. O encontro contou com a participação do diretor do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI), Gerson Pereira, e da coordenadora-geral de Vigilância das IST da Secretaria de Vigilância em Saúde, Angélica Espinosa.

Na reunião, foi apresentado, ao Ministério da Saúde, o Duo Teste que é uma nova tecnologia, em desenvolvimento pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde, para o aprimoramento de testes para a detecção de sífilis e HIV. O novo dispositivo, que está em fase de validação, atende a uma demanda do próprio Ministério e integra o Projeto “Sífilis Não” que vem desenvolvendo ações de enfrentamento à doença em todo o país.

O diretor do DCCI, Gerson Pereira, ressaltou a importância do Duo Teste pela possibilidade da realização dos testes simultâneos de dois agravos muito presentes no país. “A ideia é que a gente possa utilizar esse equipamento e validá-lo em algumas unidades de saúde e em alguns CTAs e, a partir daí, implantar na rede de saúde pública do país como um todo”, destacou o gestor.

Durante a reunião, Angélica Espinosa destacou que o Duo Teste é uma questão de prioridade em função da necessidade de se ampliar o diagnóstico de sífilis na gestação e em populações-chave. Segundo ela: “ter esse duo teste, no Centro de Testagem e Aconselhamento e durante o pré-natal, vai ser muito importante na melhoria do diagnóstico de sífilis para essa população”. Angélica Espinosa ainda salientou a importância em unir os testes em uma mesma plataforma visando a otimização de todo o processo, o que hoje acontece de forma separada.

Na sequência da reunião, os pesquisadores do LAIS/UFRN, Agnaldo Souza e Leonardo Lima, realizaram testes com o dispositivo no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) de Brasília, Distrito Federal. Profissionais de saúde acompanharam uma demonstração do uso da nova tecnologia e aprovaram a nova ferramenta que tem o potencial de contribuir de forma importante na testagem e tratamento de pacientes com sífilis e HIV.

Para Agnaldo Souza, a ida ao CTA foi importante, principalmente, para ter um feedback dos profissionais de saúde sobre o dispositivo, o seu funcionamento e como forma de se estabelecer uma parceria para se implantar um projeto piloto em outros centros de testagem pelo Brasil.

A enfermeira Tamy Araújo, que atua no CTA da capital federal, realizou o teste com o dispositivo e enfatizou que “qualquer tecnologia que venha acelerar o processo para o usuário, com garantia de qualidade do exame, de precisão do exame, sem dúvida nenhuma, é uma grande aquisição”.

Ricardo Valentim, diretor executivo do LAIS/UFRN, salientou todo o esforço empreendido na realização desse dispositivo e a satisfação em apresentar ao Ministério da Saúde os primeiros resultados do Duo Teste: “foi mais um desafio lançado pelo Ministério que, graças a expertise do LAIS e seus pesquisadores, começamos a observar promissores resultados a um custo muito interessante e que impacta, favoravelmente, às ações de testagem do Ministério para com os municípios brasileiros”.

Os Duo Testes estão sendo produzidos a partir de cooperações técnico-científicas internacionais, de abrangência intercontinental, com universidades americanas e portuguesas. Essa ação permite ao SUS qualificar melhor o diagnóstico de gestantes, o que favorece, positivamente, a eliminação da transmissão vertical da sífilis e HIV, além de melhorar a qualidade do atendimento na atenção primária à saúde.

Diante dos resultados já obtidos, o Duo Teste passa a se apresentar como uma nova ferramenta tecnológica com potencial para atender a rede de saúde pública do Brasil. Portanto, estamos diante de uma solução de saúde digital totalmente desenvolvida pelo governo brasileiro, por meio do LAIS e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.