Por Valéria Credidio – Assessoria de Comunicação do LAIS/UFRN (ASCOM/LAIS)

“Cuidar da saúde prisional é cuidar da saúde da sociedade”. A frase faz parte de um trecho da pesquisa do doutorado de Janaína Rodrigues, uma das homenageadas no Prêmio Arco-Íris de Direitos Humanos Josean Rodrigues. A solenidade de entrega ocorreu na última sexta-feira (15), às vésperas da defesa da tese, que acontecerá na Universidade de Coimbra (UC), em Portugal, nesta terça-feira (19).

A pesquisa é resultado de uma cooperação internacional entre o Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN), o Núcleo Avançado de Inovação Tecnológica (NAVI/IFRN), Instituto Multidisciplinar de Formação Humana com Tecnologias (IFTH/UERJ) e Universidade de Coimbra (UC). Mesmo antes de sua defesa, o trabalho vem provocando transformações e resultados positivos no sistema prisional, por meio de uma trilha formativa. O material está disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem do SUS (AVASUS) e já conta com mais de 40 mil pessoas matriculadas.

Toda a construção da trilha formativa partiu do princípio de que a saúde prisional, situada como um direito humano, no sentido do direito universal à saúde, não pode ser menosprezada porque seus efeitos, além de afetarem essa população específica, influenciam a saúde da comunidade e, consequentemente, a saúde pública. “É essencial fortalecer a saúde integral e universal, que pode ser desenvolvida por meio de intervenções eficazes de políticas públicas destinadas a reduzir as desigualdades sociais e promover a equidade, em linha com os objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU)”, ressaltou Janaína Rodrigues.

Os resultados já foram chancelados por meio de publicações científicas. Ao todo são 12 artigos publicados, sendo seis em periódicos internacionais e outros seis no formato de capítulo de livro. Muito mais do que um trabalho de doutorado, a pesquisa se propõe a impulsionar políticas públicas de atendimento ao sistema prisional. “A pesquisa demonstra evidências científicas de que a educação em saúde tem impactado, diretamente, no sistema prisional brasileiro, abrangendo também a testagem para as IST e outras doenças a que essa população é vulnerável”, ressaltou o diretor executivo do LAIS, Ricardo Valentim.