Bruno Cássio – Assessoria de Comunicação do LAIS/UFRN

Uma marca histórica no trabalho de implantação da Plataforma Salus 2.0 nas rotinas de atendimento de unidades básicas de saúde em diferentes lugares do Brasil. Nesta quarta-feira (14), mais de 450 profissionais de saúde do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Roraima, Minas Gerais, Pernambuco e Paraná participaram de um treinamento on-line de iniciação ao uso do sistema que realiza o monitoramento inteligente dos casos de sífilis, com atenção para os casos de sífilis congênita, que é quando mãe transmite para o bebê, na chamada transmissão vertical.

Legado do Projeto “Sífilis Não”, desenvolvido pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN), em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e o Ministério da Saúde (MS), a Plataforma Salus 2.0 representa uma solução ágil para um problema antigo: a demora na notificação, no tratamento e na cura da sífilis. O enfrentamento dessa infecção sexualmente transmissível, com o auxílio da tecnologia, é o foco das ações dessa iniciativa que tem despertado o interesse de cada vez mais cidades brasileiras.

Só para se ter uma ideia, até meados de 2022, apenas dois municípios do Rio de Janeiro haviam aderido à plataforma: Mesquita e Niterói. Atualmente, já são 44 cidades em processo de adesão. Isso se reflete no número de participantes inscritos no treinamento virtual, do total, 415 eram do território fluminense. Segundo Bruna Dias Monteiro, coordenadora do Centro Municipal de Infectologia de Porciúncula/RJ, “o Salus favorece a melhoria na qualidade da comunicação da equipe, tornando o contato muito mais rápido e eficiente e contribui com a utilização correta dos recursos”.

Para a coordenadora do Programa IST/Aids e Hepatites Virais de São Gonçalo/RJ, Monique Gonzalez, com o Salus, a população do município, de um pouco mais de 1 milhão de habitantes, será melhor assistida nessa área: “é possível ter uma resposta imediata, em tempo real, fazer o monitoramento da sífilis nos bairros; eu estou ansiosa para usar em todas as unidades de saúde que sejam informatizadas”. Atender às diferentes realidades regionais é um dos preceitos da equipe responsável por levar essa solução tecnológica a todo país.

De acordo com o gerente de produto do LAIS/UFRN, Fernando Lucas de Oliveira, “um Colegiado de Especialistas em Saúde Pública é responsável por dar apoio técnico ao desenvolvimento e à evolução da plataforma, o que permite uma espécie de customização das informações que são inseridas”. A médica Cintia Honorato integra esse Colegiado, para ela: “o principal diferencial do Salus é ser construído a partir da experiência dos profissionais que integram o SUS, cada município faz parte da evolução do sistema de forma proativa”.

Por falar em proatividade, Lauro de Freitas/BA, na região metropolitana de Salvador, será o primeiro município da Bahia a colocar o Salus em operação. “Fiquei fascinada com o treinamento, tudo muito dinâmico, resolutivo e descomplicado, é uma estratégia muito inteligente e bem contextualizada com as dificuldades que enfrentamos na prática”, declarou Flaviana Pereira, enfermeira da Vigilância Epidemiológica na cidade baiana.