Por Por Valéria Credidio / Assessoria de Comunicação do LAIS/UFRN
Em todo mundo cerca de 140 mil novos casos de Esclerose Lateral Amiotrófica são diagnosticados por ano. A ELA, como é mais conhecida, é uma doença rara e degenerativa, ainda sem cura. Nos cuidados paliativos ao paciente requer o envolvimento de uma equipe multidisciplinar na área da saúde, com a participação efetiva de fisioterapeutas.
Com o objetivo de avaliar se as intervenções fisioterapêuticas são eficazes para melhorar sintomas motores de pessoas com ELA, um grupo de pesquisadores do Projeto Revela, do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN) se propõe a colocar em prática um protocolo de revisão sistemática da literatura, avaliando estudos prévios publicados sobre intervenções fisioterapêuticas para melhora de sintomas motores (capacidade funcional, qualidade de vida e fadiga) de pessoas com ELA.
Essa proposta de estudo resultou no artigo “Physical therapy for the management of motor symptoms in amyotrophic lateral sclerosis: protocol for a systematic review”, publicado recentemente no BMJ Journals, um repositório global de conhecimento em saúde.
Conforme explica o próprio artigo, a prescrição de um plano de intervenção pode ser desafiadora para o fisioterapeuta, considerando os fenótipos clínicos, o prognóstico individual e o caráter rápido, progressivo e deteriorante da ELA. Sendo assim, exercícios terapêuticos para os pacientes ainda são controversos e podem influenciar o plano de tratamento.
Para a realização do estudo, os pesquisadores colocarão em prática uma metodologia com o levantamento de informações em bases de dados científicos. Em seguida, haverá a seleção dos estudos, e posteriormente, a extração e a análise de dados, conforme os critérios definidos neste artigo de protocolo. “Após seguir as diretrizes contidas no protocolo, teremos a revisão final com os resultados deste estudo”, explicou Tatiana Ribeiro, uma das autoras do artigo.
A autora ainda ressaltou que uma revisão sistemática é considerada o topo da evidência científica, fornecendo à comunidade científica, profissionais de saúde e leitores/pacientes interessados no assunto, um panorama robusto das melhores evidências científicas disponíveis. “Nesse caso, esperamos elucidar quais técnicas de fisioterapia motora, de fato, são eficazes para a população com ELA”, finalizou.
Stephano Tomaz Silva, Aline Alves de Souza,Karen Pondofe ,Luciana Protásio de Melo Vanessa R Resqueti ,Ricardo Alexsandro de Medeiros Valentim, Tatiana Souza Ribeiro
Como citar:
Silva ST , Souza AAD , Pondofe K , et alFisioterapia para o manejo dos sintomas motores na esclerose lateral amiotrófica: protocolo para uma revisão sistemáticaBMJ Open 2022; 12: e063689. doi: 10.1136/bmjopen-2022-063689