Por Gabriel Mascena e Arthur Barbalho – ASCOM / LAIS
Foram 10 equipes, 10 produtos audiovisuais e um objetivo: o combate à sífilis por meio da informação. Após três dias de trabalho em equipe para a produção de vídeos relacionados à esta infecção sexualmente transmissível (IST), terminou neste domingo, 18, a primeira edição do RECsífilis, o hackathon audiovisual idealizado pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LAIS/UFRN), em parceria com a Universidade Complutense de Madrid (UCM), no âmbito do Projeto Sífilis Não.
O 1° lugar da competição foi da equipe Uniritter, da universidade homônima, do Rio Grande do Sul, formado por Ana Godoy, Pedro Castello e Daniele Espinosa, que apresentaram o vídeo intitulado “Sífilis: uma trend a não ser seguida”. O grupo irá participar de um período imersivo no Centro de Apoyo a la Investigación de Creación de Contenidos Audiovisuales y Digitales para la Investigación y la Docencia, na Espanha, premiação destinada ao time vencedor. Todos os vídeos participantes da atividade serão publicados ao longo da próxima semana.
Segundo Ana Godoy, integrante da equipe campeã, vencer o hackathon possibilitará uma troca importante de conhecimentos, com pessoas de perspectivas diferentes. “É uma oportunidade gigantesca. Para nosso caso, que estamos numa faculdade particular e que, via de regra, trabalha numa perspectiva mais voltada para o mercado, poder participar de um evento como este, que foca na comunicação pública, foi de uma importância tremenda. Nunca entrei na universidade pensando na parte mercadológica, sempre quis comunicar para poder ajudar os outros. Por meio da comunicação e da criatividade a gente consegue atingir e fazer diferença na vida das pessoas”, disse.
Ela destacou ainda a possibilidade de participar de uma imersão criativa audiovisual fora do Brasil. “Por sair do país para esta atividade já é algo gigante. Para nós que sempre pensamos muito em cinema, em audiovisual, será uma oportunidade inenarrável. Em uma graduação como a nossa, que não foca muito nisso, será realmente um sonho, com muito a agregar para nossas vidas pessoais e profissionais”, finalizou. Completaram o pódio do hackathon as equipes “Conexão Natal-Picuí”, do Rio Grande do Norte, e “Os Comorguers”, do Paraná.
Seleção dos vencedores
O evento, iniciado na última sexta-feira, 16, foi marcado pela roteirização, gravação e edição dos materiais ao decorrer dos três dias. No último dia do evento, os participantes participaram de uma oficina de edição, ministrada pelos pesquisadores Bernardo Luiz e Suelayne Cris, onde também receberam consultoria para a realização dos produtos finais do hackathon. Ela falou sobre como foi o processo de construção da edição dos vídeos dos participantes. “Foi uma experiência importante para ver como eles conseguiriam trabalhar o mesmo tema de forma criativa, com recursos diferentes. Eu acho que foram resultados surpreendentes, pelo pouco tempo para gravar, editar e criar. Pelo desafio e curto prazo, acho que foi bem positivo o resultado final”, destacou.
O conteúdo foi avaliado por duas profissionais na área da saúde e três profissionais da comunicação, que levaram em conta a criatividade e a relevância das informações dentro da proposta apresentada. Para Juciano Lacerda, pesquisador do LAIS, o processo de avaliação envolveu critérios como a adequação ao tema e a capacidade educomunicativa e criativa das produções. “Envolveu também a adaptação às novas mídias, como no caso do Instagram, no formato Reels, que são mídias bem atuais. O resultado foi muito bom em termos de construir uma comunicação que vem do próprio público que queremos atingir e nos aproximar: o público jovem, falando para jovens, de forma contemporânea”, expôs ele.
Evento mostra potencial da universidade para a comunicação pública, destaca diretor do LAIS
Mais do que promover iniciativas de comunicação, o hackathon também mostrou a importância do trabalho desenvolvido no âmbito das universidades no Brasil. É o que afirmou o diretor executivo do LAIS, Ricardo Valentim.
“O evento inaugurou um marco importante na área de comunicação e saúde, que é uma linha de pesquisa transversal que dá conta de contribuir com crise de saúde pública, com indução de políticas públicas de saúde. Nós vimos a importância da comunicação em saúde durante a pandemia e ela foi fundamental. Então esse foi um evento que mobilizou estudantes de comunicação do Brasil todo, que passaram por um processo rigoroso e chegaram aqui os melhores projetos, todos de alto nível, o que mostra a importância da universidade, tanto no campo da extensão, quanto no campo do ensino, e da pesquisa, sendo protagonista. O grande legado disso será devolver para essas universidades e estudantes uma visão diferente sobre a comunicação e a importância dela na saúde pública”, pontuou ele.
Confira mais registros do último dia do RECsífilis: