Valéria Credidio/ Assessoria de Comunicação do LAIS/UFRN

Três temas importantes marcaram o segundo dia do I Seminário Internacional História, Arte, Tecnologia e Saúde, promovido em uma parceria entre o Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN) e a Universidade Aberta de Portugal (UAb). Os temas abordados durante todo o dia giraram em torno das transformações dos processos educativos, processos históricos e a valorização do património cultural. Todos os debates contaram com a participação de pesquisadores e professores, referências em suas áreas de conhecimento.

A primeira mesa, com o tema  “Transformações dos processos educativos em saúde: regulação e assistência à saúde nas populações negligenciadas”, contou com a participação da professora  Cláudia Miranda, do Centro de Estudos Globais (CEG/UAb), da professora  Susana Henriques (UAb) e da pesquisadora do LAIS, Janaína Valentim. A mediação dos debates foi feita pela também pesquisadora do Laboratório da UFRN,  Natalia Araújo.

Durante as falas, as pesquisadoras abordaram o tema central de ângulos diferentes, apontando avanços e desafios ainda presentes nos sistemas de saúde, tanto de Portugal como do Brasil. Para as pesquisadoras portuguesas, a literacia e a união entre saúde e educação, por meio de um processo de formação constante, são ferramentas fundamentais para o fortalecimento do Sistema Nacional de Saúde (SNS). “Um sistema de saúde forte mede-se pelo cuidado aos mais frágeis e a melhor maneira de se fazer isso é por meio da educação em saúde, regulação e assistência”, argumentou Cláudia Miranda. Complementando o enfoque, Susana Henriques ressaltou a necessidade de garantir o direito ao acesso. “Saúde individual e societal, com  qualidade de vida são determinantes da saúde”.

A abordagem da pesquisadora brasileira, Janaína Valentim, teve como foco o atendimento a pessoas privadas de liberdade que, mesmo tendo acesso garantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), existem diversos desafios a serem vencidos. Para minimizar esses desafios, o atendimento das pessoas privadas de liberdade, no Rio Grande do Norte, tem seus procedimentos médicos regulados pela plataforma Regula RN. “A plataforma conecta a necessidade intramuros e o sistema de saúde, e essa estratégia de regulação é uma ferramenta de equidade”, reforçou.

História e Patrimônio Cultural

As duas mesas seguintes abordaram os “Processos Históricos e Sustentabilidade no Desenvolvimento do Conceito de “Uma Só Saúde” e “Valorização do Patrimônio Cultural e Artístico da Saúde: Contribuições para a Cidadania”. O primeiro tema contou com as participações das professoras Monique Palma (UAb) e Felipa Sampayo (ISCTE-IUL) .  A mediação: Juciano Lacerda (Pesquisador no LAIS/UFRN, Docente do PPgGIS/UFRN e Coordenador do Doutorado em Estudos da Mídia da UFRN)

Monique Palma fez uma contextualização histórica do  para se chegar ao conceito de uma só saúde, preconizado pela Organização Mundial de Saúde. O conceito One Health é uma abordagem integrada que reconhece a interligação entre a saúde humana, animal, vegetal e ambiental, e que é fundamental para enfrentar desafios globais como pandemias e mudanças climáticas. A iniciativa busca a colaboração e a coordenação entre diferentes setores para prevenir, controlar e responder a ameaças à saúde. Em seguida, a professora Felipa Sampayo ressaltou a relevância da  a economia da saúde em benefício do processo de One Health, com a abordagem global e a mudança climática.

Em sua mediação, Juciano Lacerda falou dos desafios de reconstruir a história integrada aos processos de saúde e economia e como essa compreensão pode auxiliar no planejamento da saúde de qualidade na perspectiva de salvar vidas. Como exemplo, o professor da UFRN lembrou do trabalho realizado pelo LAIS, ao construir a plataforma Regula RN, durante a pandemia de covid-19 o que auxiliou na tomada de decisões que salvaram vidas. “Houve um importante impacto nos tempos de atendimento que foram cruciais para o tratamento efetivo e cura dos pacientes”

O segundo dia do Seminário foi fechado com a mesa “Valorização do Patrimônio Cultural e Artístico da Saúde: Contribuições para a Cidadania”. O tema foi debatido Médico, Professor catedrático e Especialista em Medicina do Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Óscar Proença Dias; pelo historiador e diretor do Museu da Farmácia, João Neto;  pelo Historiador e coordenador do gabinete de Património Cultural das Misericórdias, Mariano Cabaço. A mediação ficou sob a responsabilidade da investigadora do Instituto de História e Arte, Joana Balsa de Pinho.