Por Gabriel Mascena – Assessoria de Comunicação do LAIS/UFRN (ASCOM/LAIS)
A incidência das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) entre jovens e adolescentes vem aumentando e já expressa um crescimento alarmante no Brasil. De acordo com dados do Boletim Epidemiológico HIV/AIDS, foi registrado, entre os anos de 2009 e 2019, um aumento de 64,9% das IST entre jovens de 15 a 19 anos e de 74,8% na faixa etária de 20 a 24 anos, em um cenário preocupante que urge medidas de intervenção para esse público.
Diante desse cenário, e considerando questões apontadas pelo Ministério da Saúde através do Projeto “Sífilis Não”, a pesquisadora do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN), Laísi Catharina, desenvolveu sua tese de doutorado intitulada “Promoção da saúde sexual de adolescentes e jovens: construção, validação e avaliação de Recurso Educacional Aberto”. A defesa ocorreu na última sexta-feira (12), e contou com a orientação de Pedro Urbano, professor na Universidade de Coimbra, e coorientação de Aliete Cunha Oliveira e Aline de Pinho Dias, professoras da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) e do Departamento de Fundamentos e Políticas da Educação da UFRN, respectivamente. A apresentação foi realizada no Departamento de Matemática – Largo D. Dinis, na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).
Em seu estudo, Laísi propôs a elaboração de um Recurso Educacional Aberto (REA) com conteúdo e estratégias de educação em saúde mediada por tecnologia, direcionados a familiares, educadores e profissionais de saúde para atuarem de forma integrada na promoção da saúde sexual de adolescentes e jovens. De acordo com a pesquisadora, a motivação para a realização da pesquisa surgiu com o intuito de dar continuidade aos estudos desenvolvidos durante seu mestrado, realizado na pós-graduação de Enfermagem da UFRN, bem como mitigar os casos de IST no Brasil, com ênfase na sífilis, dentro das faixas etárias escolhidas para a investigação.
De acordo com a pesquisadora, a importância da difusão de informações sobre saúde sexual é necessária em todas as idades, mas cria novas possibilidades de aquisição de hábitos de saúde mais seguros e saudáveis desde o início da vida quando aplicada entre crianças, adolescentes e jovens. “O incentivo de ações de educação em saúde e a melhoria do diálogo sobre temas relacionados à saúde e sexualidade pode estreitar as relações familiares e facilitar o surgimento de estratégias de educação pautadas numa prática mais dialogada e participativa, com incentivo a reflexão e a conscientização, o que facilita uma maior identificação e adesão da faixa etária que engloba adolescentes e jovens”, destaca a pesquisadora. “Isso contribui possivelmente para o surgimento de uma geração mais bem informada e consciente dos seus comportamentos relacionados à saúde e sexualidade”, finalizou.