Bruno Cássio – Assessoria de Comunicação do LAIS/UFRN
Maria, nome fictício de uma das mulheres que estão no Pavilhão Feminino do Complexo Penal Dr. João Chaves, na Zona Norte de Natal/RN, cumpre pena há cinco anos no lugar. Ela iniciou um curso a distância na área de empreendedorismo e faz planos para o futuro: “aqui dentro desse lugar, eu nunca imaginei que a educação poderia mudar nossa vida, tenho expectativa de quando chegar lá fora, ter meu próprio negócio”. Nesta terça-feira (09), a unidade prisional recebeu, do Projeto “Sífilis Não”, a doação de um computador que será usado para apoio às ações formativas e aos atendimentos na área de saúde.
Como parte da mesma iniciativa, a Cadeia Pública de Natal, também conhecida como Presídio Raimundo Nonato, vizinha ao Complexo Penal, recebeu um computador que poderá ser usado nos serviços de saúde prisional. De acordo com Thiago Cabral, médico que atua com pessoas privadas de liberdade no munícipio de Natal/RN, “os equipamentos de informática, de tecnologia, são fundamentais para controle e organização da rotina e do sistema público de saúde, para entender um pouquinho mais sobre as principais doenças do sistema prisional”.
O diretor executivo do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN), Ricardo Valentim, participou das entregas e realizou uma visita técnica aos dois estabelecimentos, acompanhado de pesquisadores do Laboratório, da direção das duas unidades, de representantes de movimentos sociais e de direitos humanos, além de Juliana Correia, integrante do Departamento de Atenção Básica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS/Natal). Para Valentim, “essa doação do Projeto ‘Sífilis Não’ vem para estruturar a questão da atenção primária prisional na área de saúde, justamente, para que os profissionais de saúde estejam mais qualificados e possam prestar uma atenção à saúde mais humanizada para os privados de liberdade”.
Jacinta Costa, diretora do presídio feminino, declarou que essa “é uma parceria ímpar, porque nossa unidade é muito carente de várias coisas, principalmente, nessa parte tecnológica, é tanto que o enfermeiro daqui se desloca para fazer procedimentos em outro local e isso atrasa os procedimentos que poderiam ser feitos na mesma hora”. O diretor da Cadeia Pública de Natal, André Peterson Araújo de Lira, também demonstrou gratidão: “a gente agradece ao LAIS pela oportunidade de estar doando esses equipamentos, vai ser de grande valia aqui, para a unidade prisional”.