O câncer já é a principal causa de morte em 10% dos municípios brasileiros, superando as doenças cardiovasculares. A estimativa é que, até o ano   de 2030, a doença se transforme na principal casa de morte entre os brasileiros. A constatação é resultado de um levantamento realizado pelo Observatório de Oncologia, ferramenta do movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM).

 

 

Para buscar alternativas para esse quadro, um grupo de pesquisadores do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde – LAIS/UFRN – e do Núcleo Avançado de Pesquisa e Inovação – NAVI/IFRN – desembarcou na Itália para conhecer pesquisas e tecnologias desenvolvidas para o diagnóstico de câncer. A visita proporcionou ao grupo de pesquisadores uma ampliação para as bases de estudos dos dois laboratórios brasileiros, que já desenvolvem estudos diagnóstico precoce de três tipos de câncer: proposta, mama e colo de útero. 

 

A primeira parada dos pesquisadores foi em uma especialista em desenvolvimento e fabricação de componentes de silício e sensores ópticos inteligentes, a OPTOI Microelectronics, que fica na cidade de Trento, na Itália.

 

Para coordenador do LAIS, professor Doutor Ricardo Valentim, as tecnologias baseadas em MicroRNA têm um grande potencial para o Sistema Único de Saúde no Brasil, sobretudo se forem aplicadas na atenção básica. “Essa inovação poderá colaborar essencialmente para o fortalecimento da medicina da família, impactando diretamente na qualidade dos serviços de saúde“, afirmou Valentim.

 

Além da visita a instituição, houve também várias reuniões com pesquisadores de diversas áreas, como Alfredo Miglione, presidente da OPTOI -Optoeletrônica Itália – e com a chefe da Divisão Biomédica da mesma empresa, Cristina Ress, além de Hugh Ilyne, CEO da Destina Genomics.  Durante a reunião, os professores Dr. Higor Morais e Dr. Ricardo Valentim esclareceram pontos dos projetos já em desenvolvimento no Rio Grande do Norte e também a necessidade de estabelecer uma cooperação internacional com a Universidade Trento, em especial com o grupo de pesquisa que desenvolve os estudos sobre MicroRNA junto a OPTOI.

 

Segundo o professor e pesquisador Dr. Higor Morais, a possibilidade de intercâmbio e cooperação representa uma ação importante para a ciência do Brasil e da Itália, principalmente por se tratar de um grande projeto de pesquisa, com importantes desdobramentos sociais.     

 

De acordo com Ricardo Valentim, haverá uma nova missão cujo objetivo será definir um acordo de cooperação internacional para o fortalecimento da ciência nesta área entre esses grupos de pesquisas, que poderão atuar de acordo com suas expertises.