Por Valéria Credidio – Assessoria de Comunicação do LAIS/UFRN (ASCOM/LAIS)
A criação de uma aliança global para a produção local e regional de medicamentos, vacinas e materiais de diagnóstico e o impacto das mudanças climáticas na saúde e sua relação com a equidade. Esses são os dois pontos principais da reunião do Grupo de Trabalho em Saúde do G20, que está acontecendo em Natal, até terça feira. A reunião técnica é a última antes da reunião ministerial do Grupo e conta com a participação de pesquisadores do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN).
A participação do LAIS ocorre por meio de um convite, realizado pelo Ministério da Saúde, Consorcio Nordeste e Governo do Estado do Rio Grande do Norte para que o Laboratório componha o time de delegados que participam do grupo de trabalho de saúde. O convite foi feito tendo em vista a expertise que o LAIS vem construindo ao longo de sua trajetória, elaborando soluções tecnológicas aplicadas, principalmente, ao Sistema Único de Saúde – SUS.
A equipe do LAIS é composta pelo seu diretor executivo, Ricardo Valentim, e pelos pesquisadores Juciano Lacerda e Karilany Coutinho. Nessa linha do GT de saúde no G20, o Laís tem desenvolvido diversos trabalhos, principalmente na análise de políticas públicas, na área de saúde digital, educação permanente em saúde e como a saúde pode atuar como um componente endógeno de desenvolvimento social e econômico. “Essas discussões são importantes, principalmente no contexto do sul global, onde a atual gestão do Brasil, especificamente do Ministério da Saúde e Presidência da República, em ações interministeriais, têm apontado como um caminho de desenvolvimento dentro dos BRICS”, argumento o Ricardo Valentim. (BRICS é um grupo de países de mercado emergente em relação ao seu desenvolvimento econômico. A sigla significa Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul que são os países fundadores).
De acordo com o embaixador Alexandre Ghisleni, chefe da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais do Ministério da Saúde e coordenador do Grupo de Trabalho de Saúde, a aplicação prática do conceito de “One Health” — uma só saúde, também estará na pauta, assim como a questão da resistência antimicrobiana no contexto global. “Com uma agenda ambiciosa, esses temas resumem os principais avanços obtidos até o momento pela presidência brasileira em relação às políticas de saúde no âmbito do G20”, explica.
O que é o G20
O Grupo dos 20, como também é conhecido, nasceu após uma sequência de crises econômicas que assolaram o mundo na década de 1990. No ano de 1999, foi criado um fórum multilateral entre países industrializados e emergentes, composto na época por ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais, que inicialmente tinha como foco debater questões econômicas e financeiras mundiais.
Em 2008, no auge de mais uma crise econômica mundial causada pela quebra do banco Lehman Brothers, o grupo teve a primeira reunião de Cúpula com chefes de Estado e de Governo e, desde então, não parou de crescer, sempre discutindo assuntos relacionados à estabilidade econômica global.
Com presidências rotativas anuais, o G20 desempenha um papel importante na definição e no reforço da arquitetura e da governança mundiais em todas as grandes questões econômicas internacionais. Hoje, além de 19 países dos cinco continentes, integram o fórum a União Europeia e a União Africana. O grupo agrega dois terços da população mundial, cerca de 85% do PIB global e 75% do comércio internacional.
Em dezembro de 2023, o Brasil assumiu, pela primeira vez, a presidência do G20 e colocou na pauta outras prioridades: a reforma da governança global, as três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental) e o combate à fome, pobreza e desigualdade.