Valéria Credidio – Assessoria de Comunicação do LAIS/UFRN

Gabriela Albuquerque tem 28 anos e é a primeira mulher, engenheira biomédica a receber o título de doutora, no Rio Grande do Norte. A tese foi feita no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e da Computação da UFRN, com o tema “Machine Learning Aplicado a Triagem de Osteoporose: modelo baseado na atenuação de ondas eletromagnéticas”.  Para chegar ao título de doutorado, Gabriela, que também é pesquisadora do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN), construiu sua trajetória com dedicação e vencendo desafios, como ela mesma própria conta na entrevista concedida à equipe de comunicação do LAIS.

1 – Por que você escolheu engenharia biomédica como área de formação?
Eu sempre gostei das disciplinas biológicas e de cálculo. Nas atividades de matemática na escola, normalmente eu era a primeira que terminava e ajudava os outros alunos. No 3º ano do ensino médio, em 2013,  conheci a engenharia biomédica e me encantei pois incluía todas as matérias que eu gostava. Então iniciei o curso de Ciências e Tecnologia em 2014 e logo procurei por atividades de extensão. Tive oportunidade de participar de um projeto com as professoras Vera e Aline, dando aula de robótica para jovens da Escola Municipal Professora Maria Alexandrina Sampaio. Em seguida consegui uma bolsa de apoio técnico no laboratório de informática de C&T.  Dois anos depois, em 2016, iniciei as disciplinas da engenharia biomédica, englobando conteúdos de várias engenharias, como elétrica, computação, mecatrônica e isso me fez ficar mais encantada, pois as possibilidades eram diversas. Considerando isso, já na engenharia iniciei uma especialização em engenharia clínica com aulas aos finais de semana. Assim, essa já seria uma área que eu poderia atuar.

2- Quais foram os desafios para a conclusão da graduação, mestrado e doutorado?
Eu sempre gostei de adiantar disciplinas. Na graduação eu conciliava as disciplinas da engenharia, uma disciplina como aluna especial de mestrado, as aulas da especialização em engenharia clínica, além da bolsa de pesquisa no LAIS. Então foi um período de abdicar de muitas coisas para alcançar os objetivos que eu queria. No mestrado e doutorado da mesma forma, realizei coleta em humanos, que exige muita cautela, preparo e análise de dados.

3 – Como o LAIS influenciou na sua formação acadêmica e profissional?
Em 2015, conheci o LAIS  e já iniciei as atividades no laboratório e tive a oportunidade de trabalhar em um grande evento, que foi o  “HackSUS”. A partir daí trabalhei em diversos projetos do Laboratório, dentre eles Telessaúde, dando treinamento a profissionais da saúde no interior do estado RN para usaram a teleconsultoria e teleeducação; no OpenPacs, no AVASUS e no Osseus. Todos os projetos me fizeram desenvolver múltiplas habilidades que foram muito importantes para chegar até aqui.

4 – Por ser mulher, você sentiu alguma dificuldade em sua trajetória?
 As oportunidades normalmente são priorizadas para os homens, mas eu nunca me senti inferiorizada, mas sim busquei estar preparada para todas oportunidade que surgissem para mim.