Valéria Credidio – Assessoria de Comunicação do LAIS/UFRN
Um teste capaz de diagnosticar casos de sífilis, com eficiência maior do que os testes que já existem no mercado, além de detectar HIV e hepatites virais. Esse é um dos resultados alcançados no Projeto “Sífilis Não” que foi apresentado durante a Oficina de Avaliação do Projeto. A oficina contou com a participação de pesquisadores do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN) e de representantes da Pró-Reitoria de Planejamento e da Auditoria Interna (Audin), ambas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
A oficina é uma ação contínua, desenvolvida a cada semestre, envolvendo os responsáveis por cada uma das metas traçadas no Projeto “Sífilis Não”, avaliando as ações realizadas e seus resultados, assim como o planejamento das ações futuras, sempre buscando alcançar os objetivos traçados no plano de trabalho, aprovado pelo Ministério da Saúde e os órgãos de controle da UFRN. Nessa última edição da Oficina, foram repassados todos os resultados, de forma retrospectiva, com o delineamento da prestação de contas do projeto, que entra em seu último ano de execução.
Durante dois dias de trabalho (23 e 24 de fevereiro), foram apresentados os resultados tecnológicos, como o teste já citado; os resultados alcançados pela implantação do Salus 2.0, a quantidade e qualidade de cursos e outros recursos educacionais abertos organizados pela equipe e direcionados para a qualificação na área da sífilis. Todos esses recursos estão disponíveis, gratuitamente, no Ambiente Virtual de Aprendizagem do SUS (AVASUS). Entre os resultados já alcançados na área educacional, estão mais de 274 mil inscrições em 60 módulos educacionais, com 1.510 horas aulas disponibilizadas. Todo o know-how conquistado pela equipe de pesquisadores levou o LAIS a ser centro colaborador da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) para a produção de recursos educacionais.
Outro ponto abordado na oficina foi o desenvolvimento de ações realizadas pelo Núcleo de Relações Institucionais, com as cooperações internacionais, com instituições de outros países como Estados Unidos e Portugal. Essas cooperações viabilizaram, por exemplo, a realizações de pesquisas, proporcionando os avanços em todas as áreas do conhecimento, direcionando os esforços para o enfrentamento à sífilis.
A comunicação também foi um dos temas abordados, demonstrando o fluxo para produção de conteúdos para as redes sociais e veículos de comunicação, como também a elaboração de cinco campanhas publicitárias direcionadas para os diversos públicos, com o objetivo de instigar a discussão quanto à sífilis, a necessidade de prevenção e as possibilidades de tratamento e cura.
Todas as ações desenvolvidas no âmbito do projeto são embasadas em pesquisas, realizadas por cientistas de diversas áreas e produzindo conhecimento que se transforma em resultados concretos. Outro produto das pesquisas são as dissertações de mestrado, teses de doutorado, capítulos de livros e artigos publicados nos mais importantes periódicos, nacionais e internacionais. Destaque para o artigo “Use of Interrupted Time Series Analysis in Understanding the Course of the Congenital Syphilis Epidemic in Brazil”, publicado na The Lancet, uma das mais importantes revistas científicas do mundo.
O artigo apresenta achados científicos importantes no âmbito do enfrentamento à sífilis no Brasil, ao mesmo tempo em que discute resultados baseados na utilização de métodos computacionais, com robustos modelos estatísticos de regressão linear para medir a efetividade de políticas públicas de saúde. A importância do artigo pode-se medir pelo fato do trabalho ter recebido destaque na capa da revista, transformando esse no primeiro artigo de autoria de pesquisados brasileiros a ocupar do espaço de destaque na The Lancet.
“Com todos esses resultados positivos, que superaram, em muito, as metas pactuadas com o Ministério da Saúde, podemos afirmar o Projeto ‘Sífilis Não’ é um dos principais indutores de políticas públicas na área da saúde”, ressaltou o diretor executivo do LAIS, Ricardo Valentim.