O Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LAIS/UFRN) foi um dos grandes destaques do 3º Simpósio Internacional da ELA, evento promovido pelo Instituto Dr. Hemerson Casado Gama, que ocorreu entre os dias 22 e 24 de maio, em formato virtual.

Cinco pesquisadores do LAIS ministraram palestras ao longo dos três dias do evento. Na abertura, o professor Danilo Nagem apresentou o projeto RevELA, suas interfaces, objetivos e subáreas. “Inicialmente o RevELA era uma estratégia descentralizada, onde projetos como o Autonomus e Um anjo para ELA percorriam caminhos independentes”, destacou. “Com o apoio do Ministério da Saúde conseguimos unificar esses projetos em um único como um guarda-chuva, que trouxe outras vertentes, que destaco: Registro Nacional; Cadeira de Rodas Autônoma; Órteses; Portal da Educação; Guidelines; Práticas Fisioterapêuticas; e Atendimentos Especializados”, complementou ele.

No mesmo dia, o médico e professor Mário Emílio, que também é pesquisador do LAIS, iniciou sua palestra contextualizando a Esclerose Lateral Amiotrófica no âmbito da medicina. Falou sobre a encruzilhada entre fatores genéticos, neurometabólicos e fatores ambientais. Também explicou o que é o Registro Nacional, projeto no qual atua como coordenador. “Estamos realizando uma pesquisa para criar um banco de dados nacional sobre o quantitativo de pacientes e o avanço da doença no país”.

A neuropsicóloga e pesquisadora do LAIS, Glauciane Santana, que esteve presente no segundo dia do simpósio, ministrou a palestra “Alterações cognitivas sem Demência Fronto Temporal (DFT)”. A pesquisadora trouxe na sua fala a questão das alterações cognitivas. “Sabemos que o paciente vai perdendo as relações cognitivas e com isso tem dificuldade para planejamento, perde a capacidade de julgamento, tem a capacidade de fala prejudicada e não é compreendido, assim fica irritado. É preciso ofertar mais qualidade de vida para este paciente”.

O ponto alto do último dia de evento foram as apresentações dos pesquisadores do LAIS que tiveram os trabalhos premiados. Com o tema “Desenvolvimento de interface cérebro-máquina de baixo custo visando o controle de órtese ativa para pacientes com ELA”, Severino Netto representou Aryel Matias, Julia Amorim, Ana Lindquist, Danilo Nagem, que também foram autores do artigo.

Entre os premiados no simpósio está também a pesquisadora Daniele Montenegro, falou que o momento da premiação marca o empenho de todos os demais pesquisadores, o que dará visibilidade para que o projeto consiga ter o impacto social necessário. “O projeto é direcionado aos pacientes de uma doença rara e que não tem cura. Temos o intuito de fazer com a tecnologia e os produtos desenvolvidos saiam do campo da pesquisa, algo tecnológico e com protocolos clínicos que pacientes utilizem e que auxiliem eles no seu dia a dia. Por isso foi muito gratificante para nós, os autores, ter nosso trabalho reconhecido num simpósio internacional, e saber que as pesquisas que estão no caminho certo, dando a relevância ao trabalho que está sendo desenvolvido”, colocou a pesquisadora.

Trabalhos premiados

  • “Desenvolvimento de interface cérebro-máquina de baixo custo visando o controle de órtese ativa para pacientes com ELA” (autoria de Severino P. N. Netto, Aryel M. Matias, Julia A. Amorim, Ana R. R. Lindquist, Danilo A. P. Nagem).
  • “Sistema de rastreabilidade para cadeira de rodas autônoma para pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica” (autoria de Juliette de Paula Felipe de Oliveira, Ernano Arrais Júnior, Daniele Montenegro da Silva Barros, Danilo Alves Pinto Nagem e Ricardo Alexsandro de Medeiros Valentim.
  •  “EMG de superfície para avaliação quantitativa da função motora: protocolo de avaliação para pessoa com ELA” (autoria de Ana Paula Mendonça Fernandes, Débora Cristina da Silva Oliveira, Ledycnarf Januário de Holanda, Ana Raquel Rodrigues Lindquist), vencedores em 1º, 2º e 3º lugar, respectivamente.