A mesa redonda “Pesquisa, Inovação e Avaliação em Saúde” tratou do uso de ferramentas avaliativas no apoio a gestão de sistemas de saúde. O debate, realizado no último dia da 1ª Conferência Internacional de Inovação Tecnológica em Saúde, contou com a participação dos pesquisadores Maria Cristina Soares Guimarães, professora da Fiocruz; Mara Lúcia Costa, coordenadora de Acompanhamento e Avaliação do MS; e Ana Tânia Sampaio, professora da UFRN. Estiveram presentes, ainda, os pesquisadores do LAIS Sedir Morais e Gustavo Fontoura.
O discurso geral da mesa é o de que a inovação em qualquer processo fica caracterizada pela mudança. “Não há como ver de outra forma. A partir daí, temos o processo tangível, que é a avaliação. Ela se caracteriza como a observação da mudança”, disse a professora Maria Cristina Guimarães.
Dentro dessa perspectiva de avaliação, eles discutiram a importância do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade na Atenção Básica (PMAQAB). Segundo Mara Lúcia Costa, o programa – dividido em três ciclos – possibilita entender como funciona a atenção básica em todo o território nacional. “É um projeto desenvolvido em parceria com oito universidades, além de outras 40 que realizam a avaliação, estado por estado. Todo esse processo só é possível graças à parceria com as instituições e com laboratórios, como o LAIS”, contou ela.
Aplicativo visa agrupar e ordenar dados
Já o pesquisador Sedir Morais, falou sobre o desenvolvimento de um aplicativo pela equipe do LAIS, com o objetivo de se ter maior controle dos dados oriundos da pesquisa. “A construção das tecnologias do processo avaliativo do PMAQ foi iniciada ainda no primeiro ciclo, em 2012. Em um primeiro momento, nós desenvolvemos ferramentas de validação que tinham critérios estabelecidos, para que os dados fossem agregados à pesquisa. Isso foi importante porque, até então, nós não tínhamos controle total do desenvolvimento de todas as ferramentas do processo avaliativo do PMAQ”, afirmou Morais.
Essas informações foram também endossadas por Gustavo Fontoura. O pesquisador do LAIS reforçou, em seu discurso, a importância da análise de dados. “Com isso, é possível trabalhar, de forma mais satisfatória, os números agrupados pela PMAQ”.
“Porta de entrada do cuidado”
A professora Ana Tânia Sampaio, por sua vez, apresentou ao público a evolução do número de equipes de atenção básica atendidas após a implementação da PMAQ. De acordo com ela, devido ao tamanho e à importância do SUS como política de saúde pública, pesquisas voltadas ao dimensionamento da atenção básica são primordiais para um processo satisfatório de saúde. “É na atenção básica que se tem a porta de entrada do cuidado. É nela que se tem em todos os municípios. Então, essa pesquisa é de grande relevância, porque vamos poder avaliar até que ponto esse usuário está tendo acesso e qualidade ao serviço”, completou a professora.