Discutir a importância das universidades e sociedades científicas no enfrentamento da sífilis no Brasil. Foi com esta perspectiva que teve início o segundo dia da Semana Nacional de Enfrentamento à Sífilis e à Sífilis Congênita, evento promovido pelo Ministério da Saúde em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). O diretor executivo do LAIS, professor Ricardo Valentim, foi um dos convidados da mesa que reuniu gestores e pesquisadores da área da saúde de todo o país.

O debate intitulado “Ciência e políticas de saúde de controle da transmissão vertical da sífilis na perspectiva das sociedades cientificas e universidades” teve moderação da coordenadora-geral de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, Angélica Espinosa Miranda, e do representante da OPAS, Miguel Angel Aragón.

Valentim destacou a importância das universidades e sua participação na indução de políticas públicas em saúde. “Temos muitos conteúdos sendo produzidos com ênfase no combate à sífilis, seja pelo LAIS ou por outros centros de pesquisa espalhados pelo Brasil. Isso é muito importante e reforça o protagonismo das universidades neste processo”, afirmou ele, destacando os dados referentes às trilhas formativas desenvolvidas pelo laboratório para capacitação de profissionais da área, com 78.745 alunos (dados até o meio desta quarta-feira, 20 de outubro) fizeram ao menos um dos cursos da trilha de formação sobre sífilis, que ao todo tem 40 cursos.

O diretor do LAIS reforçou também a importância das ações de comunicação para o enfrentamento à sífilis nos territórios, com destaque para as atividades das campanhas de comunicação desenvolvidas no âmbito do projeto. “O projeto ‘Sífilis Não’ coloca uma energia e uma intensidade muito forte na questão da comunicação aplicada ao combate à sífilis. Sob esta ótica, uma das palavras-chave no LAIS é a cooperação técnico-científica. Não é fácil, porque toda cooperação também envolve conflitos. Por meio do projeto Sífilis Não, pudemos trabalhar a questão das cooperações como forma de impactar o enfrentamento da sífilis por meio da comunicação”, disse.

Ainda segundo ele, qualificar quem está na ponta é essencial para que as políticas de saúde para eliminação da sífilis no Brasil. “A importância da universidade na indução de políticas públicas vai além da oferta de cursos, mas passa também pela qualificação dos profissionais e também estudantes da área da saúde”, completou Valentim.

Além do diretor executivo do LAIS, participaram da mesa: Geraldo Duarte, professor do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP); Lícia Maria Oliveira Moreira, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP); José Eleutério Junior, presidente da Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis (SBDST); e Zeliete Linhares Leite Zambon, da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC).