Por Bruno Cássio – Assessoria de Comunicação do LAIS/UFRN (ASCOM/LAIS)
Quando se fala em compartilhar informações baseadas em evidências científicas na área da saúde, uma das estratégias que têm ganhado força é a gamificação, que estimula o engajamento, a motivação, a curiosidade dos indivíduos e facilita a aquisição de conhecimento de forma dinâmica e interativa. Essa foi uma das conclusões da pesquisa desenvolvida por Andryele Medeiros, como requisito para a finalização do Curso de Engenharia Biomédica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O trabalho resultou no “Quizsífilis: um jogo educativo para estudo da sífilis” e foi apresentado na noite desta segunda-feira (07).
O interesse em produzir um jogo digital, com perguntas e respostas sobre essa infecção sexualmente transmissível, surgiu quando Andryele Medeiros atuou como pesquisadora da Base de Bioengenharia do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN), no âmbito do Projeto “Sífilis Não”. “Essa pesquisa representa muito esforço de uma equipe inteira para que esse projeto pudesse existir; é importante desenvolver tecnologias voltadas para assuntos tão delicados como as IST, como a sífilis, para que a sociedade possa se apropriar desses assuntos”, disse ao enfatizar a relevância desse período de estágio acadêmico.
Para o professor da Escola de Ciências e Tecnologia (ECT/UFRN) e orientador desse trabalho, Orivaldo Santana Júnior, “o produto do TCC de Andryele tem um grande potencial, que é no sentido de ampliar a divulgação do conhecimento sobre a prevenção da doença através de um jogo; a construção do jogo estimula o engajamento e faz o usuário aprender de forma lúdica e esse aprendizado, sobre a doença, pode ajudar a evitar o contágio, por exemplo”, declarou. Um outro ponto destacado é que o “Quizsífilis” foi registrado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o que assegura a proteção legal da autoria e titularidade do programa de computador.
O diretor executivo do LAIS/UFRN, Ricardo Valentim, que foi um dos avaliadores na banca, se colocou à disposição para auxiliar na implementação do “Quizsífilis” dentro do Ambiente Virtual de Aprendizagem do SUS (AVASUS), como parte integrante da Trilha Formativa Sífilis e outras IST. “Essa tecnologia está pronta para ser incorporada ao AVASUS e chegará a, pelo menos, duzentas mil pessoas que estão matriculadas nessa trilha, sem contar os demais usuários que acessam a plataforma com frequência”, disse. Valentim também sugeriu a possibilidade de utilização de IA generativa para que as perguntas do “Quizsífilis” possam ser criadas a partir das demandas dos conteudistas do AVASUS, “isso seria fantástico, gerar questionamentos de acordo com o conteúdo de cada módulo, além de ser um excelente trabalho para o mestrado”, aconselhou.
A provocação surtiu efeito e a futura Engenheira Biomédica, que aguarda a Colação de Grau, revelou: “pretendo me inserir no mercado de trabalho, mas, agora, estou pensando nos desafios do mestrado”, afirmou Andryele Medeiros.
Sobre o “Sífilis Não”
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum e pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária). Para conter o avanço dos casos dessa IST, o LAIS/UFRN, em parceria com o Ministério da Saúde e com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) desenvolveram o Projeto “Sífilis Não”, a maior iniciativa de enfrentamento à sífilis no contexto da saúde global.