Por Gabriel Mascena – Assessoria de Comunicação do LAIS/UFRN (ASCOM/LAIS)

Modernizar o Sistema Único de Saúde (SUS) significa contribuir com a melhoria da oferta e acesso aos serviços de saúde prestados à população. Esse processo de transformação digital da saúde pública no Brasil faz parte de uma ampla cooperação entre instituições em nível estadual e nacional. O destaque, dessa vez, veio para a parceria entre o Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em conjunto com a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), que agora integra os dados sistemas de regulação do estado à Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), plataforma oficial do Ministério da Saúde que reúne, em nível nacional, informações sobre as filas e atendimentos do SUS.

A integração é resultado de um esforço conjunto que tem sido construído desde o período da pandemia de covid-19, com apoio direto do LAIS, que foi parceiro da Sesap na consolidação das principais plataformas de regulação no RN. A atuação conjunta entre órgãos de controle, pesquisadores e o poder público permitiu a criação de sistemas como o RN Mais Vacina, o RegulaRN, o PEP Mais RN e o Sistema de Gestão de Farmácias, que hoje permanecem em uso e impactam diretamente a população. Para o diretor executivo do LAIS, Ricardo Valentim, o grande diferencial dessas soluções está na garantia de mais transparência e da promoção da equidade no acesso aos serviços de saúde, dimensões que contribuíram diretamente para tornar a gestão mais resiliente e responsiva. “Os gestores públicos e autoridades sanitárias aqui do Rio Grande do Norte conseguem fazer um planejamento mais adequado das ações e das intervenções de saúde pública”, explicou.

O envio dos dados sobre as filas ambulatoriais à RNDS, realizado no dia 4 de julho, marca a primeira fase da integração. De acordo com Valentim, o próximo passo será conectar toda a plataforma estadual à rede nacional, utilizando protocolos internacionais de interoperabilidade. No contexto da integração dos dados, esses protocolos são fundamentais porque permitem, por exemplo, que sistemas hospitalares, plataformas de regulação, prontuários eletrônicos, farmácias e redes nacionais (como a RNDS) “falem a mesma língua”, mesmo que tenham sido desenvolvidos por instituições diferentes, com tecnologias distintas. “Nós estamos indo para um segundo estágio, que é a implementação e a interligação por meio de protocolos internacionais de interoperabilidade, onde a plataforma de regulação do Estado do Rio Grande do Norte estará plenamente conectada à Rede Nacional de Dados em Saúde”, disse. 

Com essa nova etapa, o processo de envio e manejo das informações se torna dinâmico e contínuo. Conforme explicou Valentim, o sistema RegulaRN passa agora a atualizar automaticamente o Registro de Informação de Regulação Assistencial (RIRA) a cada nova movimentação. Ou seja, sempre que houver uma atualização na fila de regulação, os dados serão enviados em tempo real à RNDS, reforçando a agilidade e a precisão das informações compartilhadas com o Ministério da Saúde. Ainda segundo Valentim, essa integração também é fruto da ampla cooperação entre diversas instituições. “É muito importante a gente colocar que esse índice de maturidade, esse avanço no processo de transformação digital da saúde aqui do Rio Grande do Norte, se deu também numa ampla cooperação, envolvendo aí o Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Estado”, enfatizou. 

O Coordenador da Unidade de Tecnologia, Sistemas de Informações e Comunicação da Sesap/RN, Chander Pinheiro, reforçou a importância da atuação conjunta entre as instituições para o fortalecimento da saúde pública. “A colaboração entre a Sesap e o LAIS demonstra como a união da experiência assistencial com a inovação tecnológica pode transformar a saúde pública. Sesap e LAIS, trabalhando juntos, unem esforços em inovação e gestão inteligente para promover uma saúde melhor e mais eficiente no Rio Grande do Norte”. Valentim ressaltou que esse é um exemplo concreto de como cooperações técnico-científicas bem estruturadas podem gerar impacto direto na vida da população. “Esse é um exemplo exitoso de quando essas cooperações técnico-científicas acontecem, como elas contribuem para o desenvolvimento social e, nesse caso, especificamente na área de saúde”, finalizou.