Por Valéria Credidio – Assessoria de Comunicação do LAIS/UFRN (ASCOM/LAIS)

Inovações que podem resolver problemas simples, como um cateter utilizado em pacientes que muda de cor, de acordo com a necessidade de troca, ou um pijama que mede a temperatura e pressão de pacientes acamados. Essas foram algumas das patentes reconhecidas, em Portugal, de autoria de pesquisadores da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, durante o Seminário de Inovação em Saúde: experiência no Brasil e em Portugal.

O Seminário é uma promoção do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN), em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Gestão e Inovação em Saúde e da Secretaria de Saúde do Estado do Mato Grosso.

A abertura da programação contou com a palestra do diretor executivo do LAIS, Ricardo Valentim, falando sobre saúde digital e a necessidade de implementação de ações efetivas para ampliar o acesso da população com equidade e transparência. Uma das soluções apontada por Valentim é a construção de ecossistemas, congregando pessoas, ações, processos e tecnologia. “Hoje temos tecnologia para a integração completa do SUS, envolvendo todos os municípios. O que falta é vontade política para essa organização”. Para o diretor do LAIS, essa integração representa economia de recursos públicos e tempo para os pacientes.

Um exemplo de sucesso no uso da tecnologia foi apontado pelo superintendente de atenção à saúde, do Mato Grosso, Diógenes Marcondes, por meio do sistema de telessaúde, com tele consultas e telediagnósticos realizados para todos os estados e para a população privada de liberdade, do sistema prisional do estado.

Para Marcondes ressaltou em sua fala a cooperação entre o estado do Mato Grosso e o LAIS, por meio da saúde digital encontrar soluções para a população. “Processos bem desenhados trazem resultados positivos. E é por isso o estado do MT fez a opção de usar o projeto de saúde digital, oferecer aos municípios e entregar os benefícios para a população. Buscar a inovação em saúde para resolver problemas, com planejamento e cooperação e por isso convidamos o LAIS para uma cooperação importante”, argumentou.

Experiência em Portugal
Os cientistas João Apóstolo e Pedro Pereira, ambos da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, trouxeram um pouco da experiência desenvolvida em Portugal, onde a instituição é a líder em reconhecimento de patentes. Para eles, o resultado positivo é consequência do modelo de planejamento estratégico baseado em evidências e as revisões sistemáticas realizadas pelos pesquisadores, com atenção especial aos artigos científicos. “O nosso olhar é levar o conhecimento científico ao cidadão para que ele seja beneficiado e até mesmo como participantes da pesquisa científica”, explicou o João Apóstolo.

Esse mesmo conhecimento científico é utilizado como ferramenta para a construção das patentes, partindo sempre de um problema existente para se pensar em soluções viáveis e que possam ser abraçadas pela indústria. Os exemplos citados no início desta matéria é apenas algumas das patentes construídas pelos pesquisadores.

Pedro Pereira foi enfático em declarar que os problemas do cotidiano na área da saúde são uma oportunidade. “Pensar em saúde é pensar na saúde global, com os efeitos impactando a todos. Preparar os profissionais para trabalhar com a imprevisibilidade que é o contexto da saúde”, finalizou.