Por Valéria Credidio – Ascom LAIS
Mais de 170 mil pessoas, em todo o Brasil, estão qualificadas quanto aos conhecimentos que se referem à sífilis, sua prevenção, diagnóstico e cura. Essa foi uma das informações transmitidas pelo diretor executivo do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN), Ricardo Valentim, durante a abertura do III Encontro da Rede Gay do Brasil, em Natal.
Durante a sua fala, que ocorreu na noite da sexta-feira (6), o diretor executivo do LAIS reforçou todo o trabalho que vem sendo desenvolvido pelos pesquisadores dentro do Projeto “Sífilis Não” e os resultados que vem sendo conquistados, como a qualificação de profissionais de saúde e mudança de comportamento da população diante da sífilis.
Essa qualificação vem ocorrendo por meio dos 52 cursos distribuídos em trilhas formativas disponíveis no portal AVASUS, um espaço virtual de aprendizagem desenvolvido para profissionais e alunos da área da saúde e também para a sociedade civil, com o objetivo principal de qualificar a formação, a gestão e a assistência no SUS. O AVASUS é fruto de uma parceria entre o Ministério da Saúde e a UFRN, por intermédio do LAIS e da Secretaria de Educação a Distância (SEDIS).
“Os nossos estudos apontam para uma relação importante entre a capacitação profissional e a queda dos casos, principalmente de sífilis congênita”, reforçou professor Ricardo Valentim, citando artigos científicos, de autoria dos pesquisadores do LAIS, que comprovam essa relação e que foram publicados em revistas internacionais, como a Nature e a Lancet.
Rede Gay Brasil
Neste terceiro encontro, os organizados da Rede Gay Brasil tem como foco o fortalecimento das políticas públicas e o incentivo ao voto. A Rede é um movimento da sociedade civil, com apenas quatro anos de existência e tem como principais bandeiras a cura da Aids e a criminalização da homofobia no Brasil.
Conforme reforçou o presidente da Rede, Fábio de Jesus, o movimento é formado por pessoas de todo o país e precisa se fortalecer. “Precisamos atualizar o projeto por um Brasil sem violência, preconceito e homofobia. Isso é fundamental para toda a sociedade, incluindo todos que estão fora das políticas públicas”.
O convite para que o diretor executivo do LAIS proferisse a conferência de abertura do III Encontro partiu da organização local do evento, tendo a frente Wilson Dantas. Segundo o organizador, a parceria com o LAIS é fundamental para discutir temas como a sífilis e conscientizar a população LGBTQIA+ quanto aos cuidados necessários. “É fundamental essa parceria com uma instituição que tem a pesquisa direcionada para encontrar soluções”, reforçou Dantas, ressaltando a participação, fundamental, do LAIS durante o enfrentamento à pandemia de covid-19 no Rio Grande do Norte, por meio da criação de ferramentas tecnológicas. “O Regula RN garantiu a toda a sociedade a transparência nunca vista em todo o sistema de saúde”, ressaltou.
Para o diretor do LAIS, a parceria com a Rede Gay é importante, principalmente, no fortalecimento dos cuidados a todos. “Cuidar da população gay é cuidar da saúde da comunidade”.