Nove entre 10 alunos tiveram suas atividades escolares afetadas durante a pandemia, em todo o mundo. O dado foi apresentado pela pesquisadora sueca Ebba Ossiannilsson, membro do Conselho Internacional de Educação Aberta e a Distância (ICDE), durante o debate Educação Mediada por Tecnologia e Resiliência Social: desafios e perspectivas”. com a mediação do presidente da UniRede, professor Alexandre dos Anjos. A mesa contou, ainda, com a participação da reitora da UnB, de Portugal, professora Carla Padrel, e do diretor executivo do LAIS, professor Ricardo Valentim.
A mesa marcou o encerramento do XVIII Congresso Brasileiro de Ensino Superior a Distância e do VII Congresso Internacional de Educação Superior a Distância, eventos virtuais que ocorreram a partir de Natal. Os eventos são de responsabilidade da UniRede e, nesta edição, foram organizados pelo UFRN, por meio do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS) e a Secretaria de Educação a Distância (Sedis).
Diante do cenário de prejuízo educacional durante a pandemia, diversas possibilidades foram apresentadas, principalmente, tendo a tecnologia como mediadora do processo de ensino e aprendizagem. A professora Carla Padrel relatou um pouco da experiência desenvolvida pela UnB, instituição de ensino a distância, com mais de 30 anos de atividades desenvolvidas nesta área. Para ela, a pandemia mostrou claro que existe uma urgência de mudar o paradigma da educação. “Precisamos contar com novas pedagogias orientadas para as tecnologias digitais para acompanhar o percurso acadêmico e de aprendizagem”, ressaltou a reitora.
Mediação tecnológica
“Em todos os contextos de pandemia, a educação sempre esteve presente e a mediação por tecnologia garante um acesso ampliado, dando escala ao conhecimento”. A declaração é do diretor do LAIS, professor Ricardo Valentim, durante mesa de debate. Em sua fala, Valentim reformou a importância da educação como indutor de resiliência e que o mundo terá que incorporar conceitos inovadores no seu cotidiano, também, na educação e na formação humana em saúde.
Como um dos exemplos citados pelo professor, foi o curso, disponibilizado pelo LAIS, na plataforma AVASUS, para a formação de profissionais para o enfrentamento a covid-19, que contabiliza, atualmente, mais de 250 mil matrículas. “O uso da mediação tecnológica não é uma novidade, mas ganhou mais destaque durante esse processo de transformação da sociedade. E se não fosse essa modalidade de ensino, não seria possível formar profissionais da saúde em um momento tão caótico, como o da pandemia que ainda estamos vivendo”.
Antes do debate final dos eventos, foi realizado a mesa com o tema “Tecnologias Educacionais e seus Impactos na Formação ao Longo da Vida”, com a participação da professora Rita Maria Lino Tarcia, membro da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), e do professor Carlos Alberto de Oliveira, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e membro do Conselho Internacional de Educação Aberta e a Distância (ICDE). A mesa foi mediada pela professora da UFRN, Cibele Amorim Martins. Durante todo o debate dos três educadores o ponto fundamental foi a transformação da educação durante esse período de pandemia. A necessidade de redescobertas, de novas metodologias, de novas maneiras de se comunicação com o aluno e ter, como foco, a intencionalidade pedagógica.