Por Valéria Credidio – Assessoria de Comunicação do LAIS/UFRN (ASCOM/LAIS)
Mais de 60 instituições internacionais de ensino superior e pesquisa e mais de 320 mil participantes beneficiados. Esses são números que representam a importância das cooperações internacionais firmadas pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN) ao longo dos últimos 10 anos. Essas cooperações impulsionam não somente o trabalho realizado pelo LAIS mas de toda a UFRN que foi, recentemente, citada pelo Ministério da Educação (MEC) entre as universidades federais brasileiras que se destacaram na lista das melhores do mundo, segundo o levantamento Times Higher Education World University Rankings 2025.
Entre as universidades internacionais cooperadas com o LAIS estão Harvard, nos Estados Unidos, Coimbra e a Universidade Aberta (Uab) , ambas em Portugal, e a École Centrale d´École Centrale de Paris, na França. Entre os resultados obtidos estão 45 artigos publicados, 15 teses de doutorado, 19 dissertações de mestrado, 10 registros de software, produção de 40 cursos e recursos educacionais abertos, entre outros.
Os benefícios são para todos. De acordo com a Reitora da Universidade Aberta de Portugal, Carla Padrel, a internacionalização das instituições de ensino superior é um processo integrado, contínuo e evolutivo que deve abarcar todas as atividades, com ensino, pesquisa e gestão da academia. “Em um cenário educacional global, a internacionalização das universidades tem implicação econômica, social, políticas e culturais”, argumentou a Reitora enfatizando que essa dinâmica levou as universidades a definirem novas políticas e estratégias para fazer face aos desafios da sociedade atual.
Fronteiras
O início das cooperações internacionais no Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS) foi marcado pela participação de uma comitiva de pesquisadores na Brasil Conference, em 2016, evento promovido na Universidade de Harvard e no Massachusetts Institute of Technology (MIT), organizado por cientistas e pesquisadores brasileiros que fazem parte dessas duas comunidades acadêmicas no exterior. Na ocasião, o diretor executivo do LAIS, Ricardo Valentim, apresentou o trabalho que estava sendo feito, à época, e que já produzia impactos no Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil.
Para Valentim esse foi um marco especial, por ser um espaço destinado a autoridades e instituições que produzem trabalhos excepcionais e que servem de estudo de caso para a comunidade científica no âmbito dessas duas instituições norte-americanas. “É um espaço de compartilhamento de conhecimento. Foi a partir de 2016, que o LAIS começou a escalar a sua rede internacional de pesquisa. Naquele momento, identificamos que já estávamos com maturidade para construir uma rede internacional de pesquisa horizontal, onde todos ensinam e aprendem, por isso, foi feito um trabalho muito forte neste sentido”, ressaltou.
Um dos principais impulsionadores das cooperações internacionais foi o Projeto “Sífilis Não”, desenvolvido pelo LAIS em parceria com o Ministério da Saúde e Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), para o enfrentamento às infecções sexualmente transmissíveis.
Com a experiência desenvolvida nesses últimos anos, durante as atividades e missões internacionais, o LAIS foi convidado a se tornar Centro Colaborador Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que atua como escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as Américas, especificamente, na área de Inovação Tecnológica para Educação em Saúde, confirmando a abrangência e a relevância do Laboratório no contexto da saúde global.
Para o pesquisador convidado do LAIS, Carlos Alberto de Oliveira, a participação do laboratório na OPAS e sua política de internacionalização fortalecem seu compromisso com a democratização do conhecimento e aprimoramento dos sistemas de saúde. “No contexto da aprendizagem ao longo da vida em saúde, essa atuação internacional amplia o acesso a recursos educacionais abertos de alta qualidade, desenvolvidos por especialistas, acadêmicos e técnicos de órgãos responsáveis pelas políticas públicas de saúde”, afirmou o pesquisador que é Diretor do Instituto Multidisciplinar de Formação Humana com Tecnologias da Uerj; membro do Advisory Group for Lifelong Learning in Health da WHO Academy
Um exemplo desse impacto é o Ambiente Virtual de Aprendizagem do SUS (AVASUS), plataforma criada pelo LAIS para capacitar profissionais de saúde em diversas áreas. Com mais de 3 milhões e 800 mil matrículas em seus 461 cursos, mais de 1 milhão e 300 mil usuários com portfólios pessoais na plataforma e 2.405.355 certificados emitidos, o AVASUS se tornou um pilar essencial na aprendizagem ao longo da vida em saúde e da literacia em saúde. Essa atuação, coloca o laboratório da UFRN como protagonista na construção de acesso às políticas públicas de saúde, utilizando tecnologia e inovação para transformar a aprendizagem ao longo da vida em saúde e qualificar cada vez mais profissionais ao redor do mundo na perspectiva da “Saúde Única” (One Health) defendida pela OMS e pelo Ministério da Saúde do Brasil.
Além disso, como Centro Colaborador da OMS, o LAIS mantém colaboração direta com o Campus Virtual da OPAS fortalece a política de internacionalização, colaborando para a resposta ágil e qualificada a desafios emergentes, como emergências de saúde pública e as desigualdades ao acesso à aprendizagem ao longa da vida e a literacia em saúde. “Dessa forma, a atuação do LAIS no cenário internacional impulsiona a construção e o compartilhamento de conhecimento e fomenta o desenvolvimento de soluções educacionais inovadoras e acessíveis”, finalizou o pesquisador.