Gabriel Mascena – Assessoria de Comunicação do LAIS/UFRN
A Vigilância em Saúde é uma estratégia responsável por monitorar e controlar doenças e fatores de risco que possam afetar a saúde pública. No contexto da sífilis, infecção sexualmente transmissível (IST), esse sistema desempenha um papel fundamental no monitoramento contínuo dos casos, na coleta de dados para planejamentos de saúde e na avaliação de possíveis intervenções e estratégias de tratamento e combate à IST.
Dentro desse contexto, pesquisadores do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN) apresentaram, nesta terça-feira (29), suas dissertações de mestrado, que integram o Projeto “Sífilis Não”, responsável por contribuir com a indução de políticas públicas no combate à sífilis. Intituladas “Pesquisa-Ação aplicada à Vigilância em Saúde e Ambiental em Resposta à Epidemia de Sífilis no Brasil: reestruturação das salas de inteligência epidemiológica e hospitalar do Brasil” e “Projeto Sífilis Não: O Apoio a Estados na Integração das Ações de Vigilância em Saúde e Atenção Primária à Saúde”, as pesquisas conduzidas por Pedro Evangelista e Stefano Barbosa, respectivamente, abordam questões relacionadas à Vigilância e à Atenção Primária à Saúde, duas áreas de importância crucial no enfrentamento à sífilis e outras IST.
De acordo com Evangelista, os ambientes analisados em sua pesquisa foram as salas de inteligência epidemiológica, que são espaços utilizados para a coleta de dados em campo e em tempo real para o diagnóstico real da situação epidemiológica do país, podendo ser direcionado à sífilis, HIV ou qualquer outro agravo. “Minha pesquisa foi uma pesquisa-ação que trouxe uma questão de fortalecimento da Vigilância em Saúde, através da montagem de espaços tecnológicos, e foi executada em parceria com o Ministério da Saúde. A gente espera que, com esse trabalho, além de trazer os espaços propostos, a gente, de fato, aumente a eficiência no SUS por meio de informações integradas e coleta de dados”, explicou ele.
Com foco na integração entre as áreas da Vigilância e Atenção Primária à Saúde, a pesquisa de Stefano Barbosa analisou o trabalho realizado por apoiadores do Projeto “Sífilis Não” nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal. A dissertação apresentou resultados das atividades que foram desenvolvidas, além da construção de um painel de monitoramento, que atestou êxito em todas as ações em saúde aplicadas nos territórios. “É importante notar que eles trabalhavam, nesses estados, a integração, além da própria sífilis. Além dela, trabalharam com imunização, com arboviroses humanas e também, por estarem durante a pandemia, com a própria covid-19, que chegou no Brasil na época em que eles também chegaram nas secretarias estaduais de saúde”, relatou Barbosa. “O ganho maior da minha pesquisa é mostrar que o apoio, quando bem definido, pode ter um processo eficiente para o estado, para o Ministério da Saúde e para os próprios pesquisadores”, finalizou.