Por Valéria Credidio – ASCOM LAIS
Mais de 2,5 milhões de crianças nascem, anualmente, no Brasil. O levantamento é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e tem como referência o ano de 2018, revelando um aumento de quase 4% em 10 anos. O número de gestações implica diretamente no trabalho realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com o atendimento pré-natal, garantindo o acompanhamento tanto da mãe como da criança. Para aumentar a eficiência deste atendimento, o SUS passa a contar com a plataforma Salus (Sistema de Atenção e Vigilância em Saúde), onde estará disponível todas as informações sobre o processo do pré-natal. A novidade é a possibilidade de inclusão de dados de homens trans na plataforma, garantindo mais inclusão ao processo.
A ferramenta, criada pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN) será integrada à Rede de Atenção Materno Infantil do Ministério da Saúde. A integração total das duas plataformas será formalizada no próximo dia 5 de agosto, a partir das 8h, durante solenidade no auditório do Centro de Tecnologia da UFRN (CTEC). Na ocasião será demonstrada toda a potencialidade que estará à disposição dos profissionais do SUS.
Até o momento, as informações sobre os processos de pré-natal realizados na rede pública são fragmentadas, com dados em relatórios de papel onde há uma maior possibilidade de equívocos e perda de dados. O módulo pré-natal, que é a segunda funcionalidade a compor o Sistema Salus, nasce com o objetivo de trazer uma nova experiência no pré-natal, tanto para a gestante quanto para os serviços de saúde, trazendo uma versão digital da caderneta da gestante, além de incluir em um mesmo sistema a possibilidade do gerenciamento da gestação desde o baixo risco até a especializada.
]O Salus Pré-Natal resolve um grande problema que ocorre quando a pessoa gestante perde a caderneta em papel, ou muda de área de atendimento e o profissional não possui o registro das informações. Na opinião do diretor executivo do LAIS, professor Ricardo Valentim, essa integração garante a fidelidade da informação e um maior controle social. “Os profissionais de saúde poderão acompanhar o período de gestação materna, com maior segurança de informação, acionando toda a rede de atenção e cuidado à mulher de forma oportuna, minimizando riscos para a mãe e para o bebê”, disse ele, ressaltando que todas as informações estarão disponíveis, em tempo real, para as secretarias municipais e estaduais de saúde e para o Governo Federal.
Homens trans
A reformulação da RAMI trata-se de uma geração nova totalmente inclusiva. Com isso, o sistema está adequado ao novo contexto social, com a gravidez de homens trans que precisam passar pelo processo de pré-natal para garantir a integridade, tanto sua, como do bebê. “Esse é o primeiro sistema de informação do SUS que identifica e respeita a questão das diversidades”, explicou o diretor do LAIS.