Por Valéria Credidio – Assessoria de Comunicação do LAIS/UFRN (ASCOM/LAIS)
Município da região metropolitana de Natal, no Rio Grande do Norte, Parnamirim vem obtendo resultados positivos em busca da erradicação da sífilis congênita, quando o bebê é infectado pela mãe durante a gestação ou na hora do parto. Essa conquista é resultado da implementação da Plataforma Salus, utilizada para o monitoramento inteligente de agravos, especializada nos protocolos e diretrizes terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis, em especial à sífilis.
O Salus é fruto de pesquisas realizadas pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN) em mais uma ação do Projeto “Sífilis Não”, desenvolvido em parceria com o Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).
Implementada em Parnamirim/RN, desde 2022, a plataforma é fundamental para o monitoramento dos casos de sífilis em gestantes e o planejamento de ações efetivas para que o tratamento fosse colocado em prática, evitando, assim, os casos de sífilis nos bebês. Entre as ferramentas disponíveis para a realização do trabalho está o mapa interativo com georreferenciamento de casos GeoSalus, em tempo real, que garante a fidelidade das informações. Há também um painel de indicadores para os casos de sífilis por tipos, informando sobre os testes realizados, os casos diagnosticados e os tratamentos necessários.
De acordo com o pesquisador do LAIS/URN, Fernando Lucas de Oliveira, a plataforma Salus é a única do Brasil, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), que fornece indicadores de apoio e metas de impacto para certificação, principalmente, no monitoramento da taxa de incidência da sífilis congênita, com destaque para cobertura de gestantes tratadas adequadamente para sífilis e gestantes com pelo menos um teste para sífilis no pré-natal. “Com o módulo pré-natal, disponível no Salus, é possível obter dados relacionados à cobertura mínima de quatro consultas no pré-natal, gestantes com pelo menos um teste para HIV no pré-natal e gestantes vivendo com HIV em uso de terapia antirretroviral”, explicou o pesquisador.
Mesmo com o registro do aumento de casos entre os anos de 2021 e 2022, logo após a pandemia, Ionne Martins, responsável pela operacionalização do Salus em Parnamirim, avalia o cenário atual positivamente, principalmente pelo uso da plataforma. “Por meio do Salus temos condições de realizar uma busca ativa ao paciente e monitorar cada um dos casos, se o tratamento está sendo feito como prescrito e assim, obter o resultado desejado”, afirmou a biomédica.
O que é o Salus
O Salus é uma das plataformas modernas de monitoramento inteligente de agravos, especializada nos protocolos e diretrizes terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis, em especial, à sífilis. Atualmente, são 16 estados e 1.399 municípios que aderiram a plataforma até Nov/23, e contam com uma série de ferramentas que compreende desde mapas interativos com georreferenciamento em tempo real dos casos sífilis adquirida, gestante, congênita e criança exposta monitorados em cada território em nível estadual, regional de saúde, município e bairro (municípios acima de 100 mil habitantes).
Salus em Números – Atualizado até 28/11/2023
- +64 Milhões de pessoas impactadas
- 16 Estados
- 1399 Municípios
- +9200 Casos monitorados
- +2700 Gestantes Monitoradas
- +700 Crianças Sífilis Congênita Monitoradas