O coordenador do LAIS, professor Ricardo Valentim, falou nesta segunda-feira (6) sobre as recomendações apresentadas pelo comitê científico do Rio Grande do Norte, com vistas à retomada da economia no estado durante a pandemia da covid-19. Membro do órgão consultivo – que é coordenado pelo secretário de Saúde estadual, Cipriano Maia -, o professor destacou a importância da cautela neste momento de retomada de atividades em todo o RN.
A retomada da atividade econômica tem sido acompanhada por órgãos como o Ministério Público estadual, que tem mostrado preocupação com cenário da pandemia no RN. Valentim destacou a importância do posicionamento do MPRN, que assim como as universidades, tem buscado proteger a vida dos potiguares. “O Ministério Público e o Ministério Público Federal, assim como as universidades, têm tido um papel importante no Rio Grande do Norte neste momento de pandemia. Eles estão no papel deles de mostrar à sociedade essa questão da proteção à vida. Temos que respeitar. Ele cumpre um papel inclusive que serve para reposicionamento do governo, do comitê científico, para que a gente repense o momento em que está agora o estado”, disse.
O professor falou também sobre a retomada das atividades econômicas. De acordo com ele, as recomendações apontadas pelo órgão consultivo são posteriores à decisão do Executivo estadual de abertura do comércio e demais serviços. “Quando a gente olha para a recomendação, e aqui cabe um esclarecimento com relação à recomendação do comitê científico. O comitê fez uma recomendação posterior a tomada de decisão do governo (pela retomada da economia), então é preciso entender que o governo fez uma decisão onde ele antecipa, o que é uma prerrogativa dele, uma vez que o comitê é um órgão consultivo. Então a recomendação acontece no momento em que o governo já havia anunciado a retomada gradual, o comitê científico se manifesta para que haja uma redução de dano. Ou seja, fazendo um conjunto de recomendações, principalmente considerando neste momento a possibilidade de expansão de leitos. É importante deixar claro que essa é uma posição do documento (documento com recomendações do comitê endereçado ao Governo do RN), que foi construído em consenso, porém, dentro do próprio comitê científico há divergências, o que é importante, porque este comitê é um órgão plural, com professores e especialistas de diversas áreas. Há diversidade e pluralidade na sua formação. É um comitê apartidário e que não tem nenhum vínculo com o governo”, destacou ele.
Valentim falou ainda sobre a testagem da população. A recomendação está presente no último documento encaminhado ao Governo do RN, e contempla uma série de medidas protetivas visando garantir a segurança sanitária do estado. Segundou apontou o pesquisador, té que haja uma vacina um medicamento com eficácia cientificamente comprovada contra o novo coronavírus, é preciso adotar estratégias para que seja possível conviver com o vírus. Porém, tais ações não implicam dizer que a sociedade deve voltar à normalidade.
“Sob orientações do professor Cipriano Maia, coordenador do comitê, o órgão tem feito recomendações de testagem. Existe um projeto elaborado pelo comitê que é de soroprevalência, para se fazer essa testagem de maneira planejada. Existe um conjunto de recomendações neste sentido para que o governo possa se pautar e garantir medidas protetivas para que a gente consiga conviver com o vírus. É importante a gente saber que enquanto não houver vacina ou algum medicamento cientificamente comprovado, a população não pode ir para a rua sempre que quiser. Teremos que ter muito cuidado e zelo. A responsabilidade é do poder público, das instituições, mas também da população. Então não está ‘liberado geral’. Só deve ir para rua aqueles que realmente precisarem, e quem puder ficar em casa, fique em casa. Isso porque os dados ainda não são os melhores possíveis. Os indicadores (leitos de UTI, taxa de transmissibilidade, número de óbitos) precisam ser monitorados semanalmente. Neste momento é preciso ter muita cautela, para que não haja uma regressão no que diz respeito a questão do quadro epidemiológico. É um momento de atenção, de cuidado e de zelo pela nossa vida e pela vida do outro”, finalizou.