As nuances que envolvem a gestão no âmbito da saúde foram discutidas durante a mesa redonda “Os desafios dos Recursos Humanos em Saúde”, realizada no segundo dia da 1ª Conferência Internacional de Inovação Tecnológica em Saúde, organizada pelo LAIS. O debate reuniu os pesquisadores Rita Maria Lino Tarcia (UNIFESP), Carlos Alberto Oliveira (UERJ/LAIS), Rodrigo Silva (UFRN/LAIS) e Ana Paula de Campos Schiavone, diretora da DEGERTS/SGTES/MS. A mediação foi comandada pelo pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da FEEVALE, João Alcione Sganderla Figuereido.
A mesa proporcionou, na conferência, a discussão em torno da necessidade de se trazer tecnologias para a área da gestão em saúde, bem como dos desafios surgidos em razão desse processo. Para Rita Maria Lino Tarcia, todo esse processo passa por uma mudança de perspectiva por parte de profissionais, sobretudo em seu processo de formação. “Nós aprendemos ares, sendo alunos. Agora, nós temos que aprender sendo novos alunos, esse é o grande desafio. É sair do espaço da sala de aula. Por vezes, esses ambientes não dão conta de desenvolver as inúmeras competências desses novos profissionais”, afirmou a pesquisadora.
Já o pesquisador Carlos Alberto Oliveira, da UERJ e do LAIS, trouxe aos conferencistas a ótica de que há, hoje, no país, uma formação deficitária dos profissionais de saúde, o que, de maneira geral, também atrapalha o processo de gestão. “Aqui, temos um cenário bastante precário, em que a formação é inadequada às demandas do SUS. A formação técnica é precária. Temos um olhar que acaba sendo apenas para a universidade, não trabalhando a formação técnica. São os técnicos de enfermagem, por exemplo, que fazem com que as unidades de saúde funcionem o tempo inteiro. Esse profissional tem, na maior parte das vezes, dificuldade de conseguir ter sua formação”.
Dessa forma, a mesa trouxe à tona outra discussão: como ter uma formação profissional satisfatória? “É muito importante entender que precisamos mudar a formação dos nossos profissionais”, foi o que afirmou Rodrigo Silva, pesquisador do LAIS. Para ele, esse processo passa pelo entendimento de quais são as necessidades das pessoas, para, desse modo, possibilitar uma melhor gestão dos recursos humanos disponíveis. “Além de precisar formar e conhecer melhor meus profissionais, eu preciso conhecer melhor a minha população. Com isso, é possível dimensionar melhor quem atua na área da saúde”, declarou ele.
O dimensionamento foi o carro-chefe da apresentação da diretora da DEGERTS, Ana Paula Schiavone. Para ela, esse trabalho precisa ser feito aliado à inovação, para que se tenham resultados. “Nós precisamos olhar para a saúde com um olhar diferente, jovem, inovador. Isso não depende só de nós, mas também de todos vocês. Só vamos construir um Brasil melhor, quando tivermos tecnologia para tudo isso, para fazermos um país melhor, um SUS melhor”, afirmou ela.