Lançado no último dia 16 de outubro, o boletim epidemiológico multitemático nº 42 do Ministério da Saúde, ressalta os resultados e a importância do projeto Resposta Rápida à Sífilis, cooperação técnica entre a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e o Ministério da Saúde em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Em um texto produzido pela equipe da Coordenação-Geral de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis, o boletim ressalta a importância do projeto no combate à sífilis, que somente em 2018, acometeu mais de 240 mil brasileiros com sífilis adquirida, sífilis em gestantes e sífilis congênita.

O texto relata a estratégia utilizada, pelo Ministério da Saúde, com base na adesão de gestores municipais e estaduais nas ações de enfrentamento a infecção, através da Pesquisa Aplicada para integração inteligente orientada ao fortalecimento das redes de atenção para a resposta rápida à sífilis, mais conhecida como Projeto Sífilis Não.

Para isso, desde 2018, o Brasil conta com uma rede de 52 apoiadores que atuam em todas as regiões do Brasil. O papel principal dos apoiadores é fomentar a integração das ações, entre as áreas técnicas municipais e estaduais, visando a realização de ações de diagnóstico e tratamento, por meio da administração da penicilina.

Para o professor Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Carlos Alberto Oliveira, pesquisador do LAIS e um dos autores do texto, a publicação no boletim, instrumento oficial do Ministério da Saúde, reforça a importância do projeto para toda a sociedade.

De acordo com o pesquisador, o projeto está em um momento de acompanhar o relato, único, de experiência dos apoiadores e ao mesmo tempo e verificar o impacto deste trabalho nos territórios de atuação. “Certamente, os apoiadores têm atuação importante para que o projeto conseguisse, de forma sustentável, incluir o tema “sífilis” na agenda dos governos municipais. O reconhecimento ao trabalho dos apoiadores, que vem por meio do boletim epidemiológico, é fundamental para dar maior visibilidade junto a comunidade científica dos pesquisadores e profissionais de saúde envolvidos nas questões das infecções sexualmente transmissíveis”.

A coordenadora geral de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Dra. Angélica Espinosa, explicou que a iniciativa de publicar o artigo sobre o Projeto Sífilis Não no boletim partiu da própria coordenação da IST, pois viu a necessidade de dar visibilidade ao projeto e, principalmente às ações desenvolvidas na área de estratégia de apoio ao território, atuando, atualmente, com 52 apoiadores em 72 municípios de todo o país.

Dra. Angélica também ressaltou a importância do trabalho que vem sendo desenvolvido diretamente nas gestões municipais e no contado direto com a própria gestão da SVS. “É importante dizer que este é um resultado preliminar do projeto, pois ele ainda está em andamento. É fundamental dar visibilidade, mostrar para o gestor estadual e municipal, que tem acesso a esse boletim da SVS, as ações do projeto, pois muito tem sido feito nesses últimos dois anos”, finalizou a coordenadora.