Por Bruno Cássio – Assessoria de Comunicação do LAIS/UFRN (ASCOM/LAIS)
Ana Patrícia Furtunato é jornalista e radialista. Durante um autoexame na mama direita, ela identificou uma suspeita que se confirmaria como um caso de câncer. O fato ocorreu em outubro de 2017, no mês dedicado à prevenção contra o câncer de mama, Ana Patrícia, que na época tinha 34 anos de idade, teve de enfrentar a quimioterapia, a radioterapia e uma cirurgia para a retirada de nódulos. Em 2018, ela concluiu todas as etapas do tratamento. Ao longo desse processo, usou as redes sociais, em especial o YouTube, para divulgar sua rotina de cuidados com a saúde e, dessa forma, alertar outras mulheres.
“Depois que eu virei paciente oncológica, eu conheci um universo totalmente diferente, que é o universo da oncologia; eu era bombardeada de perguntas e eu meio que encarei como uma missão de vida, contar para as pessoas e fazer esse alerta”, afirmou Ana Patrícia. Hoje, aos 40 anos, ela é convidada para palestras, conceder entrevistas e procura se manter atualizada sobre novas pesquisas na área: “nós estamos no século 21, com tecnologias novas nascendo, brotando a cada dia, não faz sentido a gente ter medo de dizer o nome da doença”, enfatizou. Confira aqui o vídeo com a entrevista completa.
Uma dessas novidades é um equipamento desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN) e do Núcleo Avançado de Inovação Tecnológica (NAVI/IFRN). “O MiRNA é um projeto que visa desenvolver um novo dispositivo para o diagnóstico de câncer; a partir de uma amostra minimamente invasiva, a gente espera diagnosticar diversos tipos de câncer nos pacientes”, esclareceu Leonardo Lima, pesquisador do LAIS/UFRN. “A gente está trabalhando com três tipos de câncer principais, mama, próstata e colo do útero; essa plataforma pode ser customizada para detectar outros tipos de câncer, além desses”, declarou ao avaliar a evolução dessa iniciativa.
Ainda de acordo com Leonardo Lima, o grande diferencial dessa ferramenta é que ela permite a identificação precoce de células cancerígenas com uma pequena amostra de sangue, possibilitando o início oportuno de uma estratégia de tratamento, em uma fase anterior à manifestação dos primeiros sintomas da doença. Confira aqui o vídeo com a entrevista completa.
Cenário da doença
Dados divulgados, recentemente, pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) da Organização Mundial da Saúde (OMS), mostram que estão previstos mais de 35 milhões de novos casos de câncer em 2050, o que representa um aumento de 77% em relação aos 20 milhões de casos estimados em 2022. Quando voltamos o olhar para o Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) alertou que o país deve registrar 704 mil novos casos de câncer ao ano, no triênio 2023-2025.
Dentro desse cenário, os especialistas indicam a prática de atividade física, a adoção de hábitos alimentares saudáveis e a redução do consumo de bebidas alcoólicas e do uso do cigarro, por exemplo, como medidas preventivas. A tecnologia, aplicada à melhoria da qualidade de vida das pessoas, no contexto da Saúde Digital, também deverá ser, cada vez mais, empregada na prevenção dessa enfermidade. Antecipar-se ao aumento dessas demandas na área da saúde pública, faz parte do compromisso dos pesquisadores que atuam na cooperação que resultou no MiRNA.