Por Valéria Credidio/ Assessoria de Comunicação do LAIS/UFRN
Integrantes do protocolo realizado em todas as unidades básicas de saúde no atendimento às gestantes, os testes para detecção de sífilis e HIV já podem ser feitos em um mesmo momento, por meio do duo teste. Essa tecnologia também está sendo incorporada no escopo de atuação do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN) que iniciará, em breve, a produção dos duo testes, destinados a algumas unidades básicas da zona norte de Natal.
A produção é resultante de uma demanda do próprio Ministério da Saúde, por meio do Projeto “Sífilis Não” que, desde 2017, vem desenvolvendo diversas ações de enfrentamento à sífilis em todo o Brasil. O “Sífilis Não” é uma parceria entre o LAIS, o Ministério da Saúde e a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS). As pesquisas também são incrementadas por cooperações internacionais nos Estados Unidos, particularmente com a Universidade de Massachusetts, em Boston, e com a Universidade Johns Hopkins.
Os duos testes serão produzidos com insumos importados pelo LAIS e disponibilizados, em um projeto piloto, para o atendimento de gestantes, podendo custar até quatro vezes menos do que os testes atualmente utilizados. O duo teste é um ensaio imunocromatográfico de fase sólida para a detecção qualitativa de anticorpos para todos os isotipos (IgG, IgM e IgA) específicos para HIV-1/2 e/ou Treponema pallidum (TP) simultaneamente em soro humano, plasma ou sangue total.
De acordo com Agnaldo Cruz, pesquisador do LAIS e responsável pela logística de importação dos insumos, toda a estrutura já está organizada para o início da produção. “É uma ampliação do escopo do trabalho realizado pelo Laboratório, que já tem Know-how para o desenvolvimento da atividade”.
O duo teste já é utilizado no Brasil e a produção do LAIS é mais uma alternativa destinada ao atendimento das demandas do Ministério da Saúde. Para Leonardo Lima, pesquisador e responsável técnico pelo desenvolvimento do teste no LAIS, o uso desta tecnologia possibilita o acesso dos pacientes ao diagnóstico e tratamento de maneira mais ágil, evitando a disseminação da sífilis e outras infecções sexuais que tenham a transmissão semelhante.
Essa ação ocorre em paralelo ao processo de validação de um novo dispositivo, totalmente desenvolvido por pesquisadores brasileiros, e que agora avança para uma nova etapa de desenvolvimento. “O novo dispositivo desenvolvido pelo LAIS está em fase aprimoramento e validação com amostras clínicas e esperamos que daqui a alguns meses tenhamos o dossiê completo de investigação para que possamos registrar essa tecnologia na ANVISA e iniciar o processo de implementação na atenção primária do SUS”.
Na avaliação do diretor executivo do LAIS, Ricardo Valentim, a inserção desta tecnologia na atenção primária terá um impacto bastante positivo, auxiliando na qualificação do diagnóstico, tanto da mulher gestante quanto de outras pessoas que procuram pelos testes de sífilis e HIV. “Em sua grande maioria, os testes são realizados separadamente, causando a perda dos resultados e do acompanhamento desses pacientes”, concluiu.