Por Gabriel Mascena (Ascom/LAIS)
Centrada no papel da educação como ferramenta colaborativa e libertadora, apalestra “Educação na Saúde: educação como indutora do sistema de saúde”, ministrada pelo professor Ricardo Ceccim, coordenador do Núcleo de Educação, Avaliação e Produção Pedagógica em Saúde (EducaSaúde), marcou a tarde de mais um dia na 3ª Conferência Internacional de Inovação em Saúde (CIIS 2022). Discutindo sobre os diferentes formatos de ensino e aprendizagem, Ceccim trouxe perspectivas e estratégias para um processo educativo dinâmico e efetivo no fortalecimento dos processos que fazem parte dos sistemas de ensino educacional e na saúde.
Durante a apresentação, Ricardo expôs a problemática da educação unicamente formal, pautada em um ensino técnico e sem possibilidades de interação entre docentes, discentes e demais profissionais. “Quanto mais formal for a educação, menos encontro ela é com o movimento, pois aprendizagem é movimento”, expôs o professor. Para ele, metodologias como a sala de aula invertida, comunidades de prática e educação permanente em saúde são pistas para um modo melhor de se fazer educação e estimular a aprendizagem.
Ainda sobre recursos para um ensino efetivo, o professor trouxe questões como o protagonismo e a autonomia estudantis, destacando produtos como ensaios, blogs, vídeos e podcasts como produções de impacto na área da educação. Referenciando o educador Paulo Freire, Ricardo comentou que a verdadeira forma de aprendizado está na colaboração, problematizando saberes e encorajando a dúvida e a construção do saber. “Aquilo que impulsiona um estudante é, também, inventar problemas, é ser tocado pelo outramento ou pelo desmanchamento de mundos, é a busca por agir ativamente”, destacou o docente.
Café com Ideias
Seguindo as discussões expostas na palestra, o Café com Ideias trouxe temas referentes ao ensino à distância e à pandemia de covid, com a presença de Aliete Cunha, Professora da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC); Carla Pradel, Reitora da Universidade Aberta de Portugal (UAb); Carlos Alberto Oliveira, Vice-diretor do IFHT/UERJ e mediador do debate; Gabriel Listovsky, Coordenador Regional do Campus Virtual de Saúde Pública da OPAS/OMS (CVSP) além do próprio palestrante, Ricardo Ceccim.
Para Carla Pradel, Reitora da Universidade Aberta de Portugal (UAb), o Ensino à Distância destacou-se enquanto ferramenta de resiliência durante a pandemia. Para a pesquisadora, as práticas de EAD envolvem o comprometimento coletivo e conectam países e pessoas através do ensino. “Todos temos especificidades enquanto países e pessoas, e com o ensino a distância não é diferente. Ele precisa acontecer em qualquer hora, lugar ou dispositivo”, enfatizou.
Tratando do trabalho ético em se “fazer docente”, Listovsky abordou em sua fala a importância da abordagem frente ao profissional de saúde. “É fundamental que, pensando na perspectiva do sistema de saúde, sejamos capazes de apoiar os professores durante o acompanhamento do profissional de saúde em seu trabalho”, destacou.