Por Dênia Cruz e Jordana Vieira – Ascom/LAIS
Na manhã desta quinta-feira (28), o diretor executivo do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LAIS/UFRN), Ricardo Valentim, participou do 7º webinar “Diálogos IEPS”. O evento foi promovido pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) em parceria com a Umane, uma associação civil sem fins lucrativos dedicada a apoiar iniciativas de prevenção de doenças e promoção à saúde, no âmbito da saúde pública, em território nacional.
Também participaram do Seminário, Januário Montone, ex-secretário municipal de Saúde de São Paulo; Priscila Cruzatti, gerente de Inovação e Saúde Digital no Hospital Alemão Oswaldo Cruz; Evelyn Santos, coordenadora de Projetos da Umane; e Arthur Aguilar, diretor de Políticas Públicas do IEPS. O debate foi mediado pelo jornalista e professor Ricardo Gandour.
Em sua fala, o diretor do LAIS pontuou que existem muitas tecnologias sendo desenvolvidas fora do contexto, e por isso elas não são utilizadas. “Para fortalecer a Atenção Primária é necessário tornar transparente o serviço prestado. Desta forma, a população consegue avaliar e o gestor pode ver a avaliação da população. A melhora da Atenção Primária passa pela mudança da lógica de financiamento.” Ainda de acordo com ele, a incorporação de tecnologia precisa passar por um processo de regulação na saúde pública. “Além disso, discutir a transparência para expor todos os serviços prestados que deve ser uma prática constante na gestão pública”, explicou Valentim.
Responsável por abrir as falas, o gestor Arthur Aguilar trouxe pontos que provocam entraves no serviço de saúde e que podem ser solucionados com o uso da inovação e tecnologia. “Quando penso em inovação eu penso num sapo pulando, no salto do sapo, porque certas inovações são capazes de nos dar um salto de tecnologia e inovação. E uma inspiração tão ambiciosa como o SUS, só pode ser respondida com muita inovação e reflexão sobre como vamos efetivar um direito para tanta gente”, colocou ele.
Quem falou na sequência foi Priscila Cruzatti, que destacou a necessidade de compartilhar as experiências de inovação com quem está desenvolvendo e pesquisando sobre o assunto. “Hoje no Brasil a gente carece de um espaço que possa pesquisar e compartilhar o que estamos fazendo, inclusive as falhas. Fica a provocação para refletirmos.” Ela ainda lembrou da importância do bom uso da inovação nas ações em saúde. “Não adianta a novidade, não adianta a inovação se não resolver os problemas reais, a gente precisa focar no problema e endereçar a solução. Quando entendemos que a inovação é uma forma de resolver problemas relevantes, fica claro porque ela é uma pauta importante.”
Seguindo as apresentações, foi a vez de Januário Montone, que falou sobre a atuação das Organizações Sociais de Saúde (OSS), colocando como uma possibilidade de gestão inovadora. “As organizações sociais não são disseminadas porque há denúncias de corrupção, mas não houve políticas públicas para aplicar esse modelo, e o Estado não construiu meios para aplicá-lo. Penso que devemos trabalhar a mudança desse modelo”.
Concluindo as falas, Evelyn Santos citou pontos aplicáveis na atenção primária que são, na visão dela, importantes para o avanço no campo da estratégia de saúde digital no Brasil. “A gente acredita que as áreas mais promissoras para o avanço no atendimento no SUS são aquelas orientadas ou relacionadas com o uso de dados e novas tecnologias, aplicadas na cultura da saúde da população, na organização das linhas de cuidado e na força de trabalho nas UBSs.”
A apresentação aconteceu de maneira remota das 10h às 11h30. O público acompanhou a transmissão pelo YouTube através do link: https://youtu.be/cYfEJ4jb9y8.