Por Bruno Cássio – Assessoria de Comunicação do LAIS/UFRN

A capital do estado de Roraima, Boa Vista, é a primeira cidade da Região Norte do Brasil a receber a equipe de pesquisadores do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LAIS/UFRN), responsável pelo treinamento e implantação do Sistema Salus 2.0, plataforma que realiza o monitoramento inteligente dos casos de sífilis, com atenção especial para os registros de sífilis congênita. O sistema integra o conjunto de ações do Projeto “Sífilis Não”, desenvolvido pelo LAIS/UFRN em parceria com o Ministério da Saúde e Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

A primeira fase do trabalho de capacitação encerrou nesta sexta-feira (23) e reuniu profissionais de sete unidades de saúde. Na lista dos estabelecimentos beneficiados nessa etapa piloto, estão o Hospital da Criança Santo Antônio e seis Unidades Básicas de Saúde que convivem com diferentes realidades na rotina de atendimento, como por exemplo, o acolhimento de pacientes venezuelanos que migraram para o país após o agravamento da crise social, econômica e política, na Venezuela, e, ainda, a população indígena de várias etnias e regiões.

A equipe, que foi à Boa Vista/RR, é composta pelos pesquisadores do LAIS/UFRN, Fernando Lucas de Oliveira, André Noronha, Nícolas Veras e Mayara Barbosa. Eles tiveram a tarefa de registrar as observações dos participantes do treinamento para a adaptação das funcionalidades da plataforma ao contexto regional. Para Fernando Lucas, que coordenou a implantação da plataforma, “é importante ouvir os profissionais que estão na ponta do serviço, lidando no dia a dia com os casos de sífilis e, dessa forma, tornar o sistema mais responsivo”.

Ana Raquel Martins, coordenadora municipal de IST, destacou a expectativa de poder contar com o auxílio da tecnologia para reduzir o número de casos de sífilis congênita na capital roraimense. “Nossa incidência atual é de 17 casos para cada mil nascidos vivos, é alta e a gente tem buscado desenvolver parcerias para diminuir esses índices, principalmente, no pré-natal, com o sistema, a gente acredita que vai integrar melhor esse trabalho e ter um retorno melhor das nossas ações”, esclareceu.

De acordo com Francinete da Silva Rodrigues, superintendente de Vigilância em Saúde de Boa Vista/RR, a plataforma desenvolvida pelo LAIS/UFRN trará benefícios, tanto para a assistência como para a vigilância, “a integração, a agilidade da informação, a gente busca isso há muito tempo e esse sistema vem trazendo isso para a gente, isso é importante para a vigilância, ter essas informações em tempo real”, enfatizou.