Por Gabriel Mascena – Assessoria de Comunicação do LAIS/UFRN (ASCOM/LAIS)
A comunicação, para além de um instrumento de informação, é um agente valioso na luta contra a desigualdade e no diálogo entre a população e as instituições públicas. Para debater sobre os desafios que envolvem essa área, a professora Inesita Soares, docente do Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), se reuniu com a equipe de comunicação que integra o Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN) na roda de conversa com o tema “A Comunicação como Ferramenta de Indução de Políticas Públicas em Saúde”.
O encontro, realizado nesta segunda-feira (06), no auditório da Secretaria de Educação a Distância (SEDIS/UFRN), reuniu pesquisadores das áreas de Jornalismo, Publicidade, Audiovisual e Design. Inesita iniciou as provocações ao criticar a atual visão de uma comunicação que serve, unicamente, para a transmissão de informações, não aproximando a sociedade das ações propostas pelos órgãos públicos. “É impossível ser profissional de comunicação, neste país, sem pensarmos na desigualdade”, disse. A pesquisadora também falou sobre o reconhecimento da comunicação como um processo que, dentre seus inúmeros papéis, atua na produção de sentido e estabelece relações entre as instituições e a população, principalmente, em campanhas públicas voltadas à saúde. “As campanhas, quanto mais genéricas, menos chances têm de sensibilizar e motivar a população, sempre dependentes de uma política pública que as acompanhe”, explicou.
Em uma visita imersiva, realizada antes da roda de conversa, Inesita conheceu algumas das principais iniciativas desenvolvidas pelo Laboratório para o Sistema Único de Saúde (SUS), e destacou o papel do eixo de Comunicação do LAIS/UFRN na abordagem dessas informações. Para a professora, a inovação proposta pelo Laboratório também atinge a comunicação, em um modelo que deveria ser adotado por outras instituições. “Vocês estão trabalhando com questões reais, concretas e muito necessárias, e que, muitas vezes, são questões invisibilizadas. “Acho que é um modelo a ser seguido por outras instituições. Há um potencial muito grande de investir nessa inovação em comunicação para gerar respostas satisfatórias a essas perguntas muito antigas, como de que maneira influir, através da comunicação, em políticas públicas mais adequadas para as necessidades das pessoas que fazem esse país”, disse.
Comunicação transdisciplinar
Dentre as iniciativas desenvolvidas pela equipe de Comunicação do LAIS/UFRN, trabalhos como a websérie “Um passo à frente: o apoiador como mobilizador do enfrentamento à sífilis no Brasil” e o documentário “Ser quem se é: documentário sobre a participação do Projeto ‘Sífilis Não‘ na 26ª Parada LGBT+ de São Paulo” ganham destaque pelo seu caráter transdisciplinar no processo de divulgação e formação do conhecimento para profissionais que integram o SUS e a sociedade. Ambas as produções foram apresentadas, recentemente, no 9º Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde da Abrasco, em Recife/PE.