Por Bruno Cássio – Assessoria de Comunicação do LAIS/UFRN (ASCOM/LAIS)
A aposentada Maria Jovelina Melo da Costa foi uma das pessoas que foram atendidas em um mutirão de triagem de pacientes que estão na fila de espera para a realização do exame densitometria óssea, usado na detecção da osteoporose, doença que é caracterizada pela perda progressiva de massa ou densidade dos ossos. A iniciativa ocorreu nos dias 21, 22 e 23 de novembro de 2023, no Ginásio Bezerra de Albuquerque, em Macaíba/RN, município da Região Metropolitana de Natal/RN. Aos 68 anos de idade, dona Maria Jovelina conta que trabalhou durante muito tempo como auxiliar de serviços gerais e sente algumas dores nos ossos e articulações.
“Tenho artrite, artrose, bico de papagaio e tendinite. Osteoporose, se eu tenho, não sei”, explicou Dona Maria ao falar sobre os problemas de saúde acumulados por conta do esforço físico. A preocupação dela é com a possibilidade de fraturas nos ossos. Na sua alimentação diária, ela confessa que não tem o hábito de consumir alimentos ricos em cálcio, indicados por especialistas para prevenir fraturas: “leite, eu não tomo não. Já levei duas quedas neste ano, mas não quebrei não, nunca quebrei os ossos”. Após passar pelo exame não invasivo, feito com a ajuda do dispositivo Osseus, que indica a probabilidade de se ter osteoporose, Dona Maria recebeu a informação de que será mesmo encaminhada para o procedimento de referência.
Mas ao contrário da idosa, dos 112 pacientes atendidos no mutirão e que estavam na fila de espera para realizar a densitometria óssea, 18 apresentaram parâmetros normais de acordo com a avaliação feita com a ajuda do Osseus. A ferramenta, desenvolvida pelos pesquisadores do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN), em parceria com pesquisadores do Núcleo Avançado de Inovação Tecnológica (NAVI/IFRN), possui acurácia de aproximadamente 90%. “O custo público é reduzido, pois esses pacientes não precisam ser encaminhados para a alta complexidade. Identificamos que vinte por cento dos pacientes apresentaram normalidade e, com isso, não precisam fazer a densitometria”, esclareceu a pesquisadora do LAIS/UFRN, Gabriela Albuquerque, que participou dessa atividade.
O secretário de Saúde de Macaíba, Júnior Rêgo, destaca a contribuição dessa iniciativa para a diminuição da fila de espera pelo exame que é feito em pactuação com a gestão estadual da Saúde. “Hoje, Macaíba tem uma média de duas mil pessoas cadastradas no sistema de regulação e nós estamos adotando esse projeto aqui, pioneiro, em parceria com o LAIS, para chamar essas pessoas para fazer uma avaliação com o equipamento Osseus para saber, verdadeiramente, se é necessária essa densitometria, para tentar filtrar, realmente, quem precisa desse exame”, concluiu.
Contribuição da Telessaúde
A Telessaúde é parte da Estratégia de Saúde Digital para o Brasil e tem como finalidade a expansão e melhoria da rede de serviços de saúde, com ênfase para a Atenção Primária à Saúde (APS). Segundo o coordenador técnico do Núcleo de Telessaúde do Rio Grande do Norte, Higor Morais, “os dados coletados, por meio do dispositivo Osseus, são enviados, em tempo real, para que especialistas do nosso Núcleo possam analisar as informações e contribuir com o telediagnóstico”. Assim como Macaíba/RN, outras cidades da Região Metropolitana de Natal/RN devem receber mutirões de triagem como esse, tanto na área de prevenção à osteoporose, como na identificação de problemas de saúde auditiva, com o apoio de pesquisadores do LAIS/UFRN.